Economia

IPCA para 2016 segue em 6,64%, aponta Relatório Focus

IPCA: a mediana das previsões para 2015 avançou de 10,33% para 10,38%, registrando a 11ª semana consecutiva em alta


	IPCA: a mediana das previsões para 2015 avançou de 10,33% para 10,38%, registrando a 11ª semana consecutiva em alta
 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

IPCA: a mediana das previsões para 2015 avançou de 10,33% para 10,38%, registrando a 11ª semana consecutiva em alta (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 08h33.

Brasília - Depois de ultrapassar o teto da meta no Relatório de Mercado Focus da semana passada, a mediana das projeções para o IPCA deste ano se estabilizou em 6,64%. Quatro semanas atrás, estava em 6,22%. 

Os dados foram divulgados na manhã desta segunda-feira, 30, pelo Banco Central, que já avisou não focar mais 2016, mas, sim, 2017 em sua tarefa de levar a inflação para o centro da meta.

A mediana das previsões para 2015 avançou de 10,33% para 10,38%, registrando a 11ª semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável. Há quatro edições do documento, a mediana estava em 9,91%.

No caso do Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa passou de 10,53% para 10,56%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 10,03%.

Para 2016, o grupo dos analistas que costuma acertar mais as estimativas aumentou a perspectiva para o IPCA de 6,98% para 7,07%, após duas semanas de estabilidade. Quatro edições atrás do boletim Focus, estava em 7,33%.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado.

Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado.

Na ata do Copom mais recente, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais tanto no cenário de mercado quanto no de referência. Esta semana, a instituição fará nova atualização dos dados em nova ata do comitê.

Para a inflação de curto prazo, a estimativa para novembro subiu de 0,85% para 0,87% de uma semana para outra ante taxa de 0,60% verificada há um mês. No caso de dezembro, a taxa passou de 0,82% para 0,85%.

Quatro semanas atrás estava em 0,70%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram, passando de 7,13% para 7,08% - quatro edições atrás estavam em 6,47%.

Mediana

A mediana das projeções do mercado financeiro para o IPCA de 2017, que é o novo foco de atuação do Banco Central, subiu de 5,10% para 5,12%, na abertura do Relatório de Mercado Focus.

De 9 de outubro até a semana retrasada, a previsão estava congelada em 5,00%. Para 2018 e 2019 não houve alteração nas estimativas do mercado: a inflação deve fechar em 5,00% em 2018 e em 4,50% em 2019.

Entre as instituições Top 5 - aquelas que costumam ver suas estimativas mais próximas da realidade - não houve mudanças nas previsões em relação à semana passada para o comportamento dos preços nesses três anos em questão.

Para 2017, a mediana desse grupo seguiu em 5,35%; para 2018, em 5,25% e, para 2019, em 5,00%.

Preços administrados

Mesmo a um mês do fim do ano, e as projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2015 não dão trégua. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, a mediana das expectativas para este ano avançou de 17,43% para 17,50% de uma semana para outra. Estava em 16,50% quatro edições atrás do documento. Para 2016, a mediana das estimativas para os preços administrados avançou de 7,00% para 7,08%. Há um mês, a mediana das estimativas para essa variável estava em 6,75%.

Em sua última ata do Copom, o Banco Central voltou a revisar para cima sua projeção para os preços administrados de 2015 e 2016.

Pelos cálculos do colegiado, o avanço será de 16,9% este ano, e não mais de 15,2% como constava na edição anterior - no documento julho estava em 14,8%; no de junho, em 12,7%; no de abril, a previsão era de 11,8%; no de março, de 10,7%, e, no de janeiro, de 9,3%.

Para 2016, a diretoria prevê taxa de 5,8% ante variação de 5,7% apresentada na ata anterior - também estava em 5,7% em julho, mas vinha de 5,3%, em abril e junho; de 5,2%, em março, e de 5,1%, em janeiro.

Para estimar a elevação desses itens, o BC considerou uma alta de 51,7% da tarifa de energia elétrica este ano - na edição anterior, a previsão era de 49,2%.

A diretoria também levou em conta a hipótese de elevação de 15% do preço da gasolina (antes estava em 8,9%) e de alta de 19,9% do preço do botijão de gás, substituindo a taxa de 15%.

No caso de telefonia fixa, a autoridade monetária suprimiu a apresentação de sua previsão na ata. No documento passado, a estimativa para este segmento era de uma baixa de 3,5%. Um novo documento será divulgado pelo BC na próxima quinta-feira, 2, com a atualização de suas premissas.

IGP-DI

As previsões para os índices de preço no atacado de 2015 voltaram a subir no Relatório Focus, e se aproximam do patamar de 11%. A mediana para o IGP-DI de 2015 passou de 10,90% para 10,91% - um mês atrás estava em 10,14%.

No caso do IGP-M de 2015, a taxa mediana subiu de 10,38% para 10,77%, bem acima da expectativa apresentada um mês atrás, que era 9,88%.

Para 2016, a previsão central da pesquisa Focus para o IGP-DI saiu de 6,11% para 6,15% - quatro semanas atrás, estava em 6,00%.

Em relação ao IGP-M, o ponto central da pesquisa avançou de 6,29% para 6,30% - quatro edições anteriores estava em 6,01%.

A estimativa para o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, foi mantida em 10,32% de uma semana para outra para o horizonte de 2015 - um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 10,02%.

Para 2016, a expectativa permaneceu em 5,46% - estava em 5,09% um mês atrás.

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