Inflação: alta de 21,7% do preço do botijão de gás (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 09h56.
Brasília - A mediana das projeções para o IPCA de 2016 teve uma leve queda no Relatório de Mercado Focus - o último divulgado pelo Banco Central neste ano.
Agora, a taxa está em 6,86% ante 6,87% da semana passada e de 6,64% de quatro semanas atrás. Os dados foram apresentados na manhã desta segunda-feira, 28, pelo Banco Central, que já avisou não focar mais 2016, mas, sim, 2017 em sua tarefa de levar a inflação para o centro da meta.
Em 2015, a mediana das previsões avançou de 10,70% para 10,72%, registrando a 15ª semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável. Há quatro edições do documento, a mediana estava em 10,38%.
No Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa permaneceu em 10,77%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 10,56%. Para 2016, o grupo dos analistas que costuma acertar mais as estimativas elevou a perspectiva para o IPCA de 7,28% para 7,39%.
Quatro edições atrás do boletim Focus, estava em 7,07%.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na semana passada, o BC apresentou estimativa de 10,8% para este ano no cenário de referência. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 5,3% para 6,2% no cenário de referência.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para dezembro subiu de 0,98% para 1,00% de uma semana para outra ante taxa de 0,85% verificada há um mês. No caso de janeiro do ano que vem, a taxa permaneceu em 0,84% de uma semana para outra.
Quatro semanas atrás estava em 0,83%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram, passando de 7,04% para 6,98% - quatro edições atrás estavam em 7,08%.
O mercado financeiro manteve as previsões para a inflação de 2017 a 2019 inalteradas em relação à semana passada, na abertura do Relatório Focus. Apesar disso, houve variação durante a semana. De acordo com o documento, o IPCA deve encerrar 2017, que é para onde o BC mira para levar a inflação para a meta, em 5,17%, como já revelava a pesquisa da última semana. Desde então, no entanto, a mediana das previsões ficou em 5,14%, até voltar para o patamar de 5,17%.
Para 2018 e 2019, não houve alterações de estimativas ao longo de toda a semana. Para os analistas consultados, a inflação de 2018 deve encerrar em 5,00% e a de 2019, em 4,50%.
O grupo dos cinco economistas que costumam ter as expectativas mais próximas da realidade no médio prazo - denominados grupo Top 5 - também manteve suas projeções para o comportamento da inflação nos próximos anos. O IPCA de 2017 ficou em 5,50%, mesma projeção da semana passada.
Para 2018, o dado também ficou estável em 5,50%. No caso de 2019, a mediana das previsões desse grupo permaneceu em 5,25%.
Preços administrados
Com o ano prestes a acabar, as projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2015 estão estáveis. De acordo com o Relatório Focus, a mediana das expectativas para este ano ficou em 18,00% nesta semana. Estava em 17,50% quatro edições atrás do documento.
Para 2016, a mediana das estimativas para os preços administrados também permaneceu estável, estimada em 7,50% nesta e na última semana. Há um mês, a mediana das estimativas para essa variável estava em 7,08%.
Essa piora das previsões para o ano que vem deve incomodar o Banco Central, que conta com uma forte desaceleração dos preços monitorados pelo governo para deixar o IPCA abaixo do teto da meta em 2016.
Em sua última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central voltou a revisar para cima sua projeção para os preços administrados de 2015 e 2016. Pelos cálculos do colegiado, o avanço será de 17,7% este ano, e não mais de 16,9% como constava na edição anterior. Para 2016, a diretoria prevê taxa de 5,9% ante variação de 5,8% apresentada na ata anterior.
Para estimar a elevação desses itens, o BC considerou uma alta de 52,3% da tarifa de energia elétrica este ano - na edição anterior, a previsão era de 51,7%.
A diretoria também levou em conta a hipótese de elevação de 17,6% do preço da gasolina (antes estava em 15%) e de alta de 21,7% do preço do botijão de gás, substituindo a taxa de 19,9%.