Economia

IPCA de março desacelera e sobe 0,16%; inflação acumulada de 12 meses fica em 3,93%

A expectativa do mercado financeiro era de uma alta de 0,25% no mês

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 10 de abril de 2024 às 09h04.

Última atualização em 26 de abril de 2024 às 10h59.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de março com alta de 0,16%, desaceleração após avanço de 0,83% em fevereiro. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O dado veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,25%. O IPCA acumula alta de 3,93% nos últimos 12 meses, abaixo dos 4,50% observados no 12 meses acumulado até março. No ano, a inflação está em 1,42%. Em março de 2023, o indicador teve alta de 0,71%.

Como ficou o IPCA de março de 2024?

  • Inflação de março: 0,16%
  • IPCA-15 dos últimos 12 meses: 3,39%

Por que o IPCA desacelerou em março?

Segundo o IBGE, dos nove grupos pesquisados, seis tiveram alta na passagem de fevereiro para março. Entretanto, grupamentos com peso importante no IPCA apresentaram desaceleração no índice. Os preços relacionadas ao grupo de Educação tiveram queda acentuada no último mês.

“Essa desaceleração na inflação também é explicada pelo fato de que, em fevereiro, os preços da Educação tiveram alta significativa por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, o que não aconteceu em março”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida, citando o grupo que saiu de alta de 4,98% para 0,14%.

Preços dos alimentos seguem em alta

Apesar do resultado representar uma desaceleração geral, os preços dos alimentos e bebidas foram os que registraram maior impacto no indicado, 0,11 ponto percentual, e a maior alta, de 0,53%. O dado está abaixo do registrado em fevereiro, de 0,95%.

Almeida explica que problemas climáticos ainda pressionam os preços dos alimentos. “Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”, aponta o pesquisador.

Os preços de alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. A cebola, com alta de 14,34%, o tomate, com avanço de 9,85%, o ovo de galinha, 4,59%, as frutas, 3,75%, e o leite longa vida, aceleração de 2,63%, apresentaram as maiores altas. 

“O caso do ovo de galinha tem uma explicação própria: tratou-se de um período em que uma parcela da população faz a opção de não comer carne por questões religiosas, aumentando a demanda dessa proteína”, ressalta Almeida.

A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Já o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, mas a refeição (0,09%) teve uma alta menor que em fevereiro (0,67%).

Preço das passagens áreas em queda

O indicador registrou queda no grupo de transportes, que passou de alta de 0,72% em fevereiro para a queda de 0,33% em março. A queda de 9,14% nos preços das passagens áreas foi um dos grandes responsáveis pelo resultado. A gasolina também desacelerou de 2,93% para 0,21%. O etanol, por sua vez, registrou alta de 0,55%. 

O gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços, enquanto o subitem táxi teve alta de 0,23% devido ao reajuste de 8,31% em Belo Horizonte (2,28%), a partir de 8 de fevereiro.

O item de ônibus urbano teve a variação negativa influenciada pela unificação de tarifas em Recife, com recuo de 1,21%, a partir de 3 de março, e pelo reajuste de 2,15% em Campo Grande, a partir de 15 de março.

Já em ônibus intermunicipal (0,75%) houve impacto dos reajustes aplicados no Rio de Janeiro (6,93%), a partir de 24 de fevereiro. No subitem trem (-0,19%) houve incorporação residual da redução de 4,05% nas tarifas no Rio de Janeiro (-0,42%), a partir de 2 de fevereiro.

Quem calcula o IPCA?

cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

2. Pesquisa de preços

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

3. Ponderação dos itens

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

4. Cálculo do índice

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O que é IPCA acumulado?

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

O que significa a sigla IPCA?

A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

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