A principal influência no resultado do mês veio de Habitação, com destaque para o subitem energia elétrica residencial, com um aumento de 4,59% e impacto de 0,18 p.p. no índice geral. (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR/Agência Brasil)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 12 de setembro de 2023 às 09h01.
Última atualização em 11 de outubro de 2023 às 09h22.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de agosto com alta de 0,23%, aceleração após inflação de 0,12% em julho. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 12, pelo IBGE.
No ano, o IPCA acumula alta de 3,23% e, nos últimos 12 meses, de 4,61%, acima dos 3,99% observados nos 12 meses anteriores. Em agosto de 2022, a variação havia sido de -0,36%. O resultado veio levemente acima das expectativas do mercado, que esperava alta mensal de 0,29% e uma aceleração de 4,67% para o acumulado de 12 meses.
O dado deve sacramentar o ritmo de corte de juros do Comitê de Política Monetária em 0,5 ponto percentual (p.p.) nas próximas reuniões. Logo após a reunião do Copom da semana passada, o mercado chegou a especular a possibilidade de o BC apertar o passo, com alguma queda de 0,75 p.p. A projeção do Focus para o IPCA deste ano é de 4,93%.
A alta do IPCA de agosto foi puxada pela alta de seis grupos de produtos e serviços pesquisados, com destaque para Habitação, com alta de 0,17 p.p e variação de 1,1% em relação ao mês anterior. Destacaram-se também as altas de Saúde e cuidados pessoais (0,58% e 0,08 p.p.) e Transportes (0,34% e 0,07 p.p.), segundo o IBGE.
A principal influência no resultado do mês veio de Habitação, com destaque para o subitem energia elétrica residencial, com um aumento de 4,59% e impacto de 0,18 p.p. no índice geral.
“O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explica o gerente do IPCA/INPC, André Almeida.
Segundo o IBGE, o grupo de Alimentação e bebidas (-0,85%) apresentou queda pelo terceiro mês consecutivo, em grande parte devido ao recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,26%).
Destacam-se as quedas da batata-inglesa (-12,92%), do feijão-carioca (-8,27%), do tomate (-7,91%), do leite longa vida (-3,35%), do frango em pedaços (-2,57%) e das carnes (-1,90%). No lado das altas, o arroz (1,14%) e as frutas (0,49%) subiram de preço, com destaque para o limão (51,11%) e para a banana-d’água (4,90%).
“Temos observado quedas ao longo dos últimos meses em alguns itens importantes no consumo das famílias como, por exemplo, a carne bovina e o frango, que está relacionado à questão de oferta. A disponibilidade de carne no mercado interno está mais alta, o que tem contribuído para a queda nos últimos meses”, destaca Almeida.
O acumulado dos últimos 12 meses teve alta de 4,61%, após aceleração mensal em agosto de 0,29%. No ano, o IPCA acumula alta de 3,23%. A projeção do Focus para o IPCA deste ano é de 4,93%.
O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:
O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.
Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.
Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.
O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.
O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.
A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.