Economia

IPCA de abril desacelera e fica em 0,43%; inflação acumulada de 12 meses sobe para 5,53%

O resultado veio em linha com a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta entre 0,38% e 0,44% no mês

Atacadão Pacaembu, consumo, consumidores, mercado, compras, mercadoria, alimentos, inflação, produtos

Foto: Leandro Fonseca
Data: 10/09/2024 (Leandro Fonseca/Exame)

Atacadão Pacaembu, consumo, consumidores, mercado, compras, mercadoria, alimentos, inflação, produtos Foto: Leandro Fonseca Data: 10/09/2024 (Leandro Fonseca/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 9 de maio de 2025 às 09h01.

Última atualização em 9 de maio de 2025 às 09h23.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial da inflação no Brasil, fechou o mês de abril com alta de 0,43%, desaceleração de 0,13 ponto percentual em comparação ao índice de 0,56% registrado em março.

A inflação acumula alta de 5,53% nos últimos 12 meses, valor superior aos 5,48% observados no período anterior. No ano, o IPCA acumula alta de 2,48%. Em abril de 2024, a variação foi de 0,38%.

O resultado veio em linha com a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta entre 0,38% e 0,44% no mês. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por que a inflação subiu em abril?

Segundo o IBGE, a inflação no mês passado foi pressionada pela alta de alimentos e produtos de saúde. O grupo Alimentação e bebidas (0,82%) teve o maior impacto no índice, com 0,18 ponto percentual (p.p.). Saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,18%, registrou impacto de 0,16 p.p.

Os preços dos alimentos e bebidas, assim como o índice geral, desacelerou em relação ao mês de março, de 1,17% para 0,82%. A alimentação no domicílio registrou alta de 0,83% e a alimentação fora do domicílio, 0,80%. 

Contribuíram para esse resultado as altas da batata-inglesa (18,29%), do tomate (14,32%), do café moído (4,48%) e do lanche (1,38%). No lado das quedas, destaca-se o arroz (-4,19%).

“O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante. Em abril, observamos também um maior espalhamento de taxas positivas no grupo, com índice de difusão passando de 55% para 70%, porém, envolvendo subitens de menor peso”, disse Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

O setor de Saúde e cuidados pessoais registrou um aumento de 1,18% no mês de abril, influenciado principalmente pelos produtos farmacêuticos, que subiram 2,32%, com um impacto positivo de 0,08 p.p. no índice geral. De acordo com Gonçalves, esse aumento foi impulsionado pela autorização para reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março. Além disso, os itens de higiene pessoal também contribuíram com uma alta de 1,09%.

O grupo Vestuário, que apresentou uma alta de 1,02%, foi impulsionado principalmente pelas roupas femininas (1,45%), roupas masculinas (1,21%) e calçados e acessórios (0,60%). A mudança de estação, com a chegada de novas coleções, foi apontada por Gonçalves como o principal fator para esse aumento.

No grupo Despesas pessoais, que subiu 0,54%, destacaram-se os aumentos no preço do cigarro (2,71%) e nos serviços bancários (0,87%). No setor de Habitação, houve uma desaceleração no índice de março (0,24%) para abril (0,14%), com destaque para a queda de 0,08% na energia elétrica residencial, reflexo da redução do PIS/Cofins em algumas regiões.

Por outro lado, o grupo de Transportes apresentou uma queda de 0,38%, impactado pela redução no preço das passagens aéreas, que despencaram 14,15%. Esse foi o maior impacto negativo no IPCA de abril, representando uma contribuição de -0,09 p.p. No setor de combustíveis, a variação negativa foi de 0,45%, com todos os itens apresentando quedas: óleo diesel (-1,27%), gás veicular (-0,91%), etanol (-0,82%) e gasolina (-0,35%). Gonçalves explicou que a redução no preço do óleo diesel nas refinarias a partir de 1º de abril e o avanço da safra de etanol foram fatores determinantes.

Como ficou o IPCA de abril de 2025?

  • Inflação de abril: 0,43%
  • IPCA dos últimos 12 meses: 5,53%
  • IPCA no ano: 2,48%

Quem calcula o IPCA?

O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

2. Pesquisa de preços

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

3. Ponderação dos itens

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

4. Cálculo do índice

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O que é IPCA acumulado?

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

O que significa a sigla IPCA?

A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

Mais informações em instantes. 

Acompanhe tudo sobre:IPCAInflação

Mais de Economia

Justiça proíbe financeiras de bloquearem celulares dados em garantia para empréstimos

Banco Central divulga incidente de segurança envolvendo dados cadastrais de chaves Pix

BC limita valores entre registradoras de recebíveis de cartões; veja o que muda

Haddad diz a Moody's que meta fiscal será cumprida pelo 2º ano consecutivo em 2025