Em janeiro, a inflação oficial do país atingiu a maior taxa mensal em quase oito anos, ao subir 0,86%, e acumulando 6,15% (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 09h51.
São Paulo - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) --considerado a prévia da inflação oficial-- desacelerou a alta para 0,68 por cento em fevereiro, ante 0,88 por cento em janeiro, graças à redução nos preços das tarifas de energia elétrica, mas ainda assim o resultado ficou acima das expectativas.
De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 tem alta de 6,18 por cento, acima dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 6,02 por cento, e dos 6,15 por cento do IPCA fechado do mês passado.
Pesquisa realizada pela Reuters apontou que o IPCA-15 avançaria 0,61 por cento em fevereiro na comparação mensal, de acordo com a mediana das previsões de 33 analistas. As estimativas variaram de 0,5 por cento a 0,74 por cento.
A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de mais ou menos dois pontos percentuais. Em janeiro, a inflação oficial do país atingiu a maior taxa mensal em quase oito anos, ao subir 0,86 por cento, e acumulando 6,15 por cento.
Segundo o IBGE, o principal destaque foi a queda de 13,45 pontos nas contas de energia elétrica, item que exerceu o impacto mais significativo para a desaceleração do índice, retirando 0,45 ponto percentual do resultado. Sem isso, a inflação no mês teria superado 1 por cento.
A tarifa elétrica compensou os aumentos de 2,26 por cento nos valores do aluguel e de 1,33 por cento do condomínio em fevereiro, fazendo com que as despesas do grupo Habitação recuassem 2,17 por cento, ante alta de 0,74 por cento em janeiro.
Segundo o IBGE, o grupo Educação registrou a maior alta neste mês, de 5,49 por cento, ante 0,33 por cento em janeiro. A inflação do grupo Alimentação e bebidas acelerou um pouco no período, com alta de 1,74 por cento, ante avanço de 1,45 por cento.
Já as Despesas Pessoais mostraram desaceleração, com alta nos preços de 1,15 por cento em fevereiro, ante 1,80 por cento do mês anterior.
Com o objetivo de ajudar a controlar a inflação e estimular a economia, o governo reduziu as tarifas de energia em 18 por cento para consumidores residenciais e em até 32 por cento para consumidores industriais, agrícolas e comerciais.
A aceleração da inflação vêm alimentando apostas de alta da Selic --hoje na mínima histórica de 7,25 por cento ao ano-- ainda no primeiro semestre, assim como a expectativa de que a política cambial possa ser usada como ferramenta para contenção dos preços.
Mas na quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a inflação no Brasil está sob controle e deverá fechar 2013 em torno de 5,5 por cento, citando projeções de mercado. A expectativa do mercado em pesquisa do BC é de alta de 5,70 por cento em 2013.
O BC reduziu a Selic para a mínima recorde de 7,25 por cento, e indicou que a manteria baixa por um período "suficientemente prolongado". Mas já admite ajustar a política monetária, com o próprio presidente da entidade, Alexandre Tombini, afirmando que isso será feito se necessário.
Ainda assim, o mercado mantém por enquanto a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros, de acordo com o Focus.