Economia

IPCA-15 sobe 0,28% em agosto, puxado pela alta da energia elétrica

O resultado da prévia da inflação veio acima da expectativa do mercado, que esperava alta mensal de 0,17%. 

Setor de energia elétrica é o mais beneficiado pelo interesse de investidores financeiros (brunorbs/Getty Images)

Setor de energia elétrica é o mais beneficiado pelo interesse de investidores financeiros (brunorbs/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de agosto de 2023 às 09h12.

Última atualização em 25 de agosto de 2023 às 09h45.

O IPCA-15, a prévia da inflação, subiu 0,28% em agosto, aceleração de 0,35 ponto percentual (p.p.) em relação à taxa registrada em julho, quando o índice registrou deflação de -0,07%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da expectativa do mercado, que esperava alta mensal de 0,17%.

No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 acumula alta de 3,38% e, em 12 meses, de 4,24%, acima dos 3,19% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2022, a taxa foi de -0,73%.

Os dados devem reafirmar o corte de 0,50 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Existia a expectativa de que surpresas no processo de desinflação poderiam fazer o Banco Central revisitar o plano. 

Por que o IPCA-15 subiu em agosto?

O principal fator que influenciou a alta do IPCA-15 em agosto foi o grupo de Habitação, com alta de 1,08%. O maior impacto veio da alta da energia elétrica residencial, de 4,59%, influenciada pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês anterior. Reajustes da energia em Curitiba, Porto Alegre, São Paulo também colaboraram para a alta. 

O aumento na taxa de água e esgoto, com alta de 0,20%, foi puxada pelo reajuste de de 3,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (0,93%), a partir de 1º de julho, e de 5,02% em Brasília (2,20%), a partir de 1º de agosto.

Queda na alimentação e bebidas

No índice de agosto, o grupo de Alimentação e bebidas apresentou queda de 0,65%, puxada pela deflação da alimentação no domicílio, que já havia registrado recuo nos dois últimos meses. Produtos, como Batata-inglesa, tomate, frango em pedaços, leite longa vida e carnes, tiveram redução de valor no período. 

A alimentação fora do domicílio desacelerou em relação ao mês anterior, influenciada pela desaceleração do lanche (1,02% em julho para 0,14% em agosto). Já a refeição acelerou na comparação com o resultado de julho.

O que é IPCA?

Realizada através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA é um índice de inflação cujo objetivo é medir a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços ao consumidor final, ou seja, medir o poder de compra da população em geral mês a mês

Calcular o aumento ou diminuição percentual na proporção experimentada entre duas datas dadas só é possível através do IPCA acumulado

Assim, por exemplo, se um indivíduo calculasse uma taxa de acumulação de 12 meses, bastaria comparar o índice do mês atual com o índice do mesmo mês do ano anterior e a variação percentual estimada.

Em outras palavras, o IPCA acumulado representa a soma de todos os IPCAs mensais realizados durante um determinado período.

Como é calculado o IPCA-15?

Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços foram coletados no período de 14 de julho a 14 de agosto de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de junho a 13 de julho de 2023 (base).

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