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IOF cai em 2025 e compras em dólar no cartão de crédito ficam mais baratas; entenda o que muda

A previsão é de que a alíquota continuará sendo reduzida nos próximos anos, até chegar a zero em 2028

Redução progressiva da alíquota de IOF continuará nos próximos anos (Milkos/Getty Images)

Redução progressiva da alíquota de IOF continuará nos próximos anos (Milkos/Getty Images)

Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 16h20.

Última atualização em 3 de janeiro de 2025 às 17h09.

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A alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para compras no exterior com cartão de crédito ou pré-pago caiu de 4,38% para 3,38% em 2025. A redução entrou em vigor na quinta-feira, 2.

O cronograma foi estabelecido em 2022, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), e mantido pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PL). A previsão é de que a alíquota continuará sendo reduzida nos próximos anos, até chegar a zero em 2028.

A regra foi criada para "alinhar o Brasil ao Código de Liberalização de Capitais da OCDE", bloco de países desenvolvidos ao qual o Brasil busca se integrar.

No caso da compra de moeda estrangeira em espécie, a alíquota de 1,1% permanece inalterada até o mesmo prazo final.

Cronograma de redução

A redução progressiva da alíquota de IOF continuará nos próximos anos. Veja as etapas:

  • 2026: de 3,38% para 2,38%
  • 2027: de 2,38% para 1,38%
  • 2028: de 1,38% para 0%

Liberalização cambial avança no Brasil

O processo de redução do IOF faz parte de um movimento maior de liberalização cambial, que teve um marco com a nova legislação aprovada no início de 2023. Segundo o Banco Central (BC), as mudanças foram pensadas para reduzir a burocracia e permitir maior circulação de capitais no país.

Entre as alterações, se destacam:

  • Compra e venda de moeda estrangeira entre pessoas físicas, limitada a até US$ 500;
  • Entrada de até US$ 10 mil em espécie no país sem declaração, ante o limite anterior de R$ 10 mil;
  • Menos barreiras para investidores estrangeiros aplicarem em ações e renda fixa no Brasil;
  • Transferência ao BC da autorização de contas em moeda estrangeira para novos setores.

A legislação também abriu caminho para a implementação do Pix internacional, que facilitaria pagamentos transfronteiriços.

Saída de dólares pressiona câmbio

O momento de redução do IOF coincide com um aumento expressivo na saída de dólares do Brasil. Em 2025, até 27 de dezembro, houve um fluxo negativo de cerca de US$ 16 bilhões, considerando a soma de operações comerciais e financeiras.

Se analisada apenas a conta financeira, a saída foi ainda mais significativa: US$ 84,4 bilhões em 2024, o maior volume registrado na série histórica desde 1982. Esse cenário pressionou o dólar, que chegou a ultrapassar R$ 6,20 no final do ano passado.

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