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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Rio de Janeiro - O volume total de investimentos no setor de mineração no Brasil no período de 2010 a 2014 deverá alcançar 62 bilhões de dólares, informou nesta segunda-feira o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
O órgão elevou sua estimativa para o valor total de investimento no período, que anteriormente era de 54 bilhões de dólares.
"É um novo recorde", informou o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna. "Entraram novos projetos desde que fizemos a revisão de abril", explicou o executivo que vê otimismo no setor com a melhora da Europa e a continuidade de crescimento da China.
Além de vários pequenos projetos de ouro, entraram na lista de investimentos confirmados uma unidade de pelotização e um mineroduto da Samarco; um projeto de vanádio na Bahia e um de cobre em Santa Catarina, entre outros.
Penna prevê que este ano o país baterá também o recorde em valor da produção mineral, atingindo 35 bilhões de dólares, sendo 20 bilhões de dólares provenientes do minério de ferro. O recorde anterior era de 28 bilhões de dólares em 2008, reduzidos para 24 bilhões de dólares com a crise em 2009.
Além do minério de ferro, o Brasil produz entre outros minerais nióbio, níquel, manganês, ouro, bauxita, caulim e estanho.
Balança 2010
Ele informou também que o saldo comercial do setor mineral este ano vai superar o da balança comercial, e só não será melhor devido ao peso das importações de fertilizantes.
"A estimativa para a balança é de um saldo de 16 bilhões de dólares, vamos atingir no setor mineral um saldo de 18,5 bilhões de dólares", disse Penna, ressaltando que a maior parte desse saldo se refere ao minério de ferro.
De acordo com Penna, as exportações do setor mineral devem ficar em torno de 25 bilhões de dólares este ano--sendo 20 bilhões de dólares em minério de ferro-- e as importações em 6,5 bilhões de dólares, sendo que cerca de 3 bilhões de dólares em minerais utilizados em fertilizantes.
"É preciso ter uma ação do Estado, um país que tem no setor agrícola uma das suas principais forças não pode ser assim", disse referindo-se ao fato de o Brasil ser grande importador de fertilizantes apesar de ser um dos maiores fornecedores de alimentos para o mundo.
Ele reconheceu que nos últimos anos surgiram mais projetos na área de exploração de fosfato, mas ressaltou que é preciso acelerar essa produção.
"O Brasil importa 92 por cento da necessidade de potássio e tem a maior carga tributária do mundo na importação de potássio, e o fosfato vem em segundo lugar (em carga tributária)", alertou.
Penna disse não acreditar em votação de um novo marco regulatório para o setor este ano e não vê a demora para mudanças influenciando investimentos.
"Temos estabilidade de regras, por isso estamos vendo crescimento de investimentos. Se alterar a legislação será através do Congresso e teremos ampla discussão, o governo tem se mostrado equilibrado", declarou.
Segundo Penna o setor ainda não conhece o teor do projeto de lei que pretende mudar as regras do setor de mineração, cujo ante-projeto foi entregue à Casa Civil nos últimos dias do ex-ministro Edison Lobão no cargo.
"Efetivamente o que se tem é um conjunto de informações, mas não se sabe como ficou", disse o executivo destacando a criação da Agência Nacional de Mineração e de uma política para o setor como os pontos positivos do possível novo marco regulatório da mineração brasileira.
"Os órgãos que deviam fiscalizar é que não agem", criticou, ao ser perguntado pela demora da exploração de jazidas no Brasil.
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