O Brasil se manteve em 2012 como o principal receptor de investimento estrangeiro, com US$ 65,272 bilhões, 41% do total da região (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2013 às 18h17.
Santiago - O investimento estrangeiro direto (IED) na América Latina e no Caribe obteve em 2012 o valor recorde de US$ 173,361 bilhões, estimulado pelo crescimento econômico da região e os altos preços das matérias-primas, informou hoje em Santiago a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Esta marca representa um aumento de 6,7% em relação aos investimentos estrangeiros em 2011, que totalizaram US$ 153,448 bilhões, informou a Cepal em seu relatório "O investimento estrangeiro direto na América Latina e no Caribe 2012".
Além disso representa 12% dos fluxos mundiais de IED, que em nível global caíram 13% em 2012, de US$ 1,61 trilhão para US$ 1,39 trilhão, disse o órgão das Nações Unidas.
"Só na África e na América Latina e o Caribe aumentaram os fluxos de IED. Apesar de o mundo sofrer uma desaceleração, na região são mantidos os números de recorde", declarou a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, ao apresentar o relatório.
O Brasil se manteve em 2012 como o principal receptor de investimento estrangeiro, com US$ 65,272 bilhões, 41% do total da região, apesar de o montante representar uma redução de 2% em comparação com o ano passado.
No Chile, o IED subiu 32% e foi de US$ 30,323 bilhões, o que permitiu a este país superar o México e ficar em segundo lugar entre os principais destinos dos investimentos. O maior aumento em relação a 2011, de 49%, foi registrado no Peru, que recebeu US$ 12,240 bilhões.
Entre outros países que tiveram aumentos na comparação com 2011 estão El Salvador (34%), Argentina (27%), Paraguai (27%), Bolívia (23%), Colômbia (18%), Guatemala (18%) e Uruguai (8%).
O México sofreu uma forte queda de 35%, para US$ 12,659 bilhões, o que, segundo a Cepal, se deve à colocação na bolsa de 25% da filial do Banco Santander nesse país por um valor de US$ 4,1 bilhões.
Segundo a Cepal, é cada vez mais comum que as transnacionais canalizem seus investimentos no exterior através de filiais em terceiros países, muitas vezes paraísos fiscais.
As multinacionais com presença na América Latina e no Caribe mantiveram em 2012 a tendência de reinvestir cerca de 45% dos lucros nos países onde foram gerados, enquanto 55% foram destinados a suas matrizes.