Dilma Rousseff, Michel Temer e Joaquim Levy: os investimentos diretos no país voltaram a ser suficientes para cobrir o rombo nas contas externas (Lula Marques/ Agência PP)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2015 às 11h48.
Brasília - Os Investimentos Diretos no País (IDP, antes chamados de IED) voltaram a ser suficientes para cobrir o rombo nas contas externas.
Segundo informações divulgadas nesta segunda-feira, 22, pelo Banco Central, esses recursos trazidos por estrangeiros e que são destinados ao setor produtivo somaram US$ 6,608 bilhões em maio.
O resultado ficou acima das estimativas apuradas pelo AE Projeções com instituições financeiras, que iam de US$ 3,7 bilhões a US$ 4,5 bilhões, com mediana de US$ 4,2 bilhões.
Pelos cálculos do BC, o IDP de maio ficaria em US$ 4 bilhões. A estimativa do BC foi feita com base nos números até 22 de maio, quando o País havia recebido US$ 2,8 bilhões em recursos externos.
Em abril, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, enfatizou que, com a nova metodologia, houve uma profunda alteração nas estatísticas dessa conta por causa da alteração de conceito relativo a empréstimos intercompanhias.
O IDP também deve ser mais volátil do que o antigo IED, de acordo com o técnico. Ele deu como exemplo uma captação externa de US$ 10 bilhões feita por uma subsidiária de uma empresa brasileira no exterior.
Antes, essa captação transferida pela subsidiária para a matriz brasileira era considerada como empréstimo de amortização de capital.
Agora, é computada como IDP dentro do conceito de "internacionalização" de recursos de "fora para dentro". "Não importa se a filial é brasileira ou não. O importante é de onde estão vindo os recursos", explicou.
Em 12 meses
No acumulado dos últimos 12 meses até maio deste ano, o saldo de IDP ficou em US$ 83,039 bilhões, o que representa 3,81% do Produto Interno Bruto (PIB).
Nos primeiros cinco meses de 2015, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 25,520 bilhões ou 4,12% do PIB.
Com a mudança, o Banco Central trouxe para as estatísticas o conceito de "lucros reinvestidos" - que ocorre quando uma empresa obteve um lucro e decide manter esses recursos no Brasil em vez de repatriá-lo para a matriz.
Essa nova conta tem impacto no registro de IDP, mas não afeta o fluxo cambial. Em maio, os lucros reinvestidos ficaram negativos em US$ 364 milhões.