Economia

Investimento direto no país soma US$ 5,397 bi em junho

Os Investimentos Diretos no País (IDP) foram suficientes para cobrir o rombo nas contas externas


	O resultado ficou acima das estimativas do AE Projeções com instituições financeiras, que iam de US$ 1,2 bilhão a US$ 5,2 bilhões, com mediana de US$ 4,4 bilhões
 (Emilian Robert Vicol/Flickr/Creative Commons)

O resultado ficou acima das estimativas do AE Projeções com instituições financeiras, que iam de US$ 1,2 bilhão a US$ 5,2 bilhões, com mediana de US$ 4,4 bilhões (Emilian Robert Vicol/Flickr/Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2015 às 11h37.

Brasília - Os Investimentos Diretos no país (IDP) foram suficientes para cobrir o rombo nas contas externas.

Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira, 22, pelo Banco Central, esses recursos trazidos por estrangeiros e que são destinados para o setor produtivo somaram US$ 5,397 bilhões em junho enquanto o rombo nas contas externas ficaram em US$ 2,547 bilhões.

O resultado ficou acima das estimativas apuradas pelo AE Projeções com instituições financeiras, que iam de US$ 1,2 bilhão a US$ 5,2 bilhões, com mediana de US$ 4,4 bilhões.

Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de junho ficaria em US$ 4 bilhões. A estimativa da autarquia foi feita com base nos números até 18 de junho, quando o país havia recebido US$ 2,8 bilhões em recursos externos.

Quando anunciou a mudança de metodologia, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, enfatizou que houve uma profunda alteração nas estatísticas dessa conta por causa da alteração de conceito relativo a empréstimos intercompanhias.

O IDP também deve ser mais volátil do que o antigo IED, de acordo com o técnico. Ele deu como exemplo uma captação externa de US$ 10 bilhões feita por uma subsidiária de uma empresa brasileira no exterior.

Antes, essa captação transferida pela subsidiária para a matriz brasileira era considerada como empréstimo de amortização de capital. Agora, é computada como IDP dentro do conceito de "internacionalização" de recursos de "fora para dentro".

No acumulado dos últimos 12 meses até junho deste ano, o saldo de IDP ficou em US$ 81,868 bilhões, o que representa 3,84% do Produto Interno Bruto (PIB).

No primeiro semestre de 2015, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 30,918 bilhões.

Com a mudança, o Banco Central introduziu nas estatísticas o conceito de "lucros reinvestidos" - que ocorre quando uma empresa obteve um lucro e decide manter esses recursos no Brasil ao invés de repatriá-lo para a matriz.

Essa nova conta tem impacto no registro de IDP, mas não afeta o fluxo cambial. Em junho, os lucros reinvestidos ficaram negativos em US$ 525 milhões.

Viagens internacionais

Mesmo com a alta superior a 43% do dólar ante o real nos últimos 12 meses, a conta de viagens internacionais continuou a registrar déficit em junho.

No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil deixou um saldo negativo de US$ 1,203 bilhão.

De acordo com o BC, o volume é similar ao de igual mês do ano passado, quando o déficit nessa conta era de US$ 1,204 bilhão.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior que somaram US$ 1,649 bilhão em junho.

Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 445 milhões no mês passado. No acumulado do ano até junho, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 6,996 bilhões.

Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 8,859 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralInvestimentos de governoMercado financeiro

Mais de Economia

Pix por aproximação estará disponível em carteira digital do Google semana que vem, diz Campos Neto

Com expectativa sobre corte de gastos, Lula se reúne com Haddad e Galípolo

Haddad afirma que não há data para anúncio de corte de gastos e que decisão é de Lula