Economia

Investidores na América Latina apostam em crescimento

Segundo investidor, aspectos como a inflação e a taxa de câmbio pouco favorável impediram um maior crescimento neste ano


	Um cliente paga por sua carne no Mercado Municipal, em São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Um cliente paga por sua carne no Mercado Municipal, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 17h49.

Madri - Representantes de empresas investidoras na América Latina acreditam no crescimento sustentado da região, segundo indicaram nesta quinta-feira diretores de empresa como Telefónica e Eletrobras durante sua participação no Fórum Latibex em Madri.

O diretor-geral de Estratégias da Telefónica, Santiago Fernández, assegurou que aspectos como a inflação e a taxa de câmbio pouco favorável impediram um maior crescimento neste ano, mas são conjunturais porque nesta região "a maré sobe".

Fernández acrescentou que essa é uma tendência que se registra há duas décadas na região e continuará durante as seguintes.

"A América Latina tem hoje duas condições que antes não tinha e que não confluem em outras regiões: paz e autossuficiência de energia", ressaltou.

A Telefônica investiu 4,5 bilhões de euros em 2013 na América Latina, que representa dois terços de seus clientes, segundo Fernández.

"Mais que uma previsão, temos uma expectativa que para 2015 haja um duplo crescimento, tanto da Europa como da América Latina", declarou o diretor da Telefónica.

Por sua vez, o diretor de gestão comercial da América Latina da Gás Natural, Carles Miravent, ressaltou fatores como a demografia e a estabilidade como "os ingredientes necessários para o crescimento sustentado".

Miravent previu que a economia latino-americana continuará crescendo entre 3% e 4% de maneira sustentada em longo prazo e, embora "não tenha os níveis de ascensão de economias como a China", é preciso olhá-la de maneira muito positiva.

O executivo também lembrou que a região "superou a crise econômica de 2008 de maneira muito mais propícia que o resto das economias ocidentais" e destacou os avanços no marco normativo e nos temas jurídicos para investimentos estrangeiros.

A Gás Natural é a primeira operadora de gás na América Latina com sete milhões de clientes e a quarta em eletricidade com mais de seis milhões de usuários.

Neste contexto, o Brasil é um dos destinos mais atrativos para o investimento estrangeiro, segundo o diretor de finanças da Eletrobras, Armando Casado de Araújo.

"O Brasil tem grandes oportunidades para investir e serão maiores nos próximos anos porque é preciso buscar novas alternativas", disse no Araújo no fórum.

Araújo ressaltou a necessidade de encontrar o equilíbrio, de modo que os negócios sejam rentáveis, respeitem o meio ambiente e ao mesmo tempo tenham o impacto esperado nos usuários.

Com isto concordou o diretor de finanças da companhia de energia brasileira Copel, Antonio Sergio de Souza Guetter, que insistiu nas "enormes necessidades de investimento" do país, especialmente no referente à infraestrutura.

Guetter destacou diferentes possibilidades no negócio energético como o solar, o eólico e hidrelétrico, este último como o mais barato, mas ao mesmo tempo com mais dificuldades durante o último ano devido à época de seca.

Por isso, os diretores da Eletrobras e da Copel reforçaram a necessidade da instalação de usinas termoelétricas no país para resistir a estes efeitos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoIndicadores econômicosPIB

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo