Economia

Inteligência dos EUA prevê aumento de poder da Ásia até 2030

Relatório previu também que companhias brasileiras se tornarão internacionalmente competitivas dentro de 15 a 20 anos


	Visão panorâmica de Hong Kong: na visão de analistas, apesar do crescimento econômico da China e da Ásia, os EUA devem continuar sendo considerados uma superpotência
 (Stuart Franklin/Getty Images)

Visão panorâmica de Hong Kong: na visão de analistas, apesar do crescimento econômico da China e da Ásia, os EUA devem continuar sendo considerados uma superpotência (Stuart Franklin/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 16h41.

Washington - A economia da China provavelmente ultrapassará a dos Estados Unidos em menos de duas décadas, enquanto a Ásia superará a América do Norte e a Europa combinadas no poder global até 2030, informou um relatório da inteligência norte-americana na segunda-feira.

"Enquanto isso, as economias da Europa, do Japão e da Rússia devem continuar com seu declínio relativo lento", diz o documento.

O relatório Global Trends 2030: Alternative Worlds (Tendências Globais 2030: Mundos Alternativos) foi publicado pelo Conselho Nacional de Inteligência, braço analítico do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional, do governo norte-americano.

Além da opinião de analistas de inteligência norte-americanos, o relatório inclui os pontos de vista de especialistas estrangeiros e pode ser lido (em inglês) no site http://www.dni.gov/nic/globaltrends.

Esse é o quinto relatório de uma série -o anterior foi divulgado em 2008 -que pretende estimular o "pensamento estratégico" entre os tomadores de decisão e não prever o futuro. Os relatórios coincidem de forma proposital com os anos de eleição presidencial para oferecer insights sobre tendências globais aos novos governos.

Apesar do poder econômico da China, os EUA devem reter seu status de superpotência, porque ainda é o único país capaz de formar coalizões e mobilizar esforços para lidar com os desafios globais, afirmaram os analistas.


"A China não substituirá os EUA em um nível global", disse em um briefing à imprensa Mathew Burrows, conselheiro do Conselho Nacional de Inteligência. "Ser a maior potência econômica é importante, mas não é necessariamente a maior potência econômica que sempre será a superpotência." A China reconhece que não pode exercer esse papel de organização através das regiões e através das fronteiras estatais e não-estatais, afirmou ele.

A saúde da economia global estará cada vez mais ligada ao progresso no mundo desenvolvido, em vez do Ocidente tradicional, diz o relatório.

"Como a maior potência econômica do mundo, espera-se que a China permaneça à frente da Índia, mas a diferença pode começar a chegar perto do fim em 2030", lê-se no documento.

"A taxa de crescimento econômico da Índia deve subir, e a China, desacelerar. Em 2030, a Índia poderá ser a potência econômica ascendente que a China é considerada hoje. A taxa atual de crescimento econômico da China -de 8 a 10 por cento- provavelmente será uma lembrança distante até 2030."

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Acredita-se que o crescimento econômico nos mercados emergentes promova a inovação tecnológica e aumentará o fluxo de empresas, ideias, empresários e capital para os países em desenvolvimento, diz o relatório.


"Durante os próximos 15-20 anos, é provável que mais atividade tecnológica se mude para o mundo em desenvolvimento, enquanto as multinacionais focam nos mercados emergentes de crescimento mais rápido e corporações chinesas, indianas, brasileiras e de outras economias emergentes se tornem rápido internacionalmente competitivas", afirma o relatório.

"A tecnologia continuará a ser o grande nivelador. Os ‘magnatas' da Internet no futuro -como o Google e o Facebook de hoje- sentam-se em montanhas de dados e têm mais informações em tempo real em suas mãos do que a maioria dos governos." Esses dados permitirão que as empresas privadas influenciem o comportamento em uma escala tão grande quanto a das entidades governamentais.

O amplo uso das novas tecnologias de comunicação significará que a rede social permitirá que os cidadãos se unam e contestem os governos, como observado no Oriente Médio, mas também dará aos governos "uma capacidade sem precedentes de monitorar seus cidadãos", afirma o relatório.

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