Alguns integrantes do Federal Reserve esperavam diminuir o ritmo das compras de ativos até meados deste ano e finalizá-las ainda em 2013, enquanto vários outros esperavam desacelerar o ritmo um pouco depois e interromper o programa de "quantitative easing" até o fim do ano, mostrou a ata da reunião de março do banco central dos Estados Unidos.

O Fed informou que divulgou a ata cinco horas antes do que o planejado nesta quarta-feira por ter enviado acidentalmente o relatório para servidores do Congresso e funcionários de organizações comerciais na terça-feira.

A ata da reunião de 19 e 20 de março revelou uma intensa discussão e muitas discordâncias entre as 19 autoridades sobre os riscos e benefícios de continuar comprando por mês 85 bilhões de dólares em títulos do Tesouro e hipotecários.

O encontro ocorreu antes da divulgação do fraco relatório de empregos de março, mostrando a criação de apenas 88 mil empregos no mês passado, bem abaixo do esperado.

"Alguns membros sentiram que os riscos e os custos das compras, ao lado da perspectiva melhor desde o outono passado (no hemisfério norte), provavelmente tornarão uma redução no ritmo das compras apropriada por volta do meio do ano, com as compras terminando posteriormente neste ano", mostrou nesta quarta-feira a ata da reunião de 19 e 20 de março, referindo-se às 12 autoridades que votaram sobre a política monetária este ano.

"Vários outros pensaram que se a perspectiva para as condições do mercado de trabalho melhorar como esperado, seria provavelmente apropriado desacelerar as compras mais tarde neste ano e interrompê-las até o final do ano." Na reunião, o Fed decidiu continuar seu programa de "quantitative easing", conhecido como QE3. O instrumento é terceiro esforço dessa natureza para impulsionar o crescimento da economia após o início da recessão.

Um membro, provavelmente a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, que discordou dos outros presentes na reunião, julgou que o ritmo de compras deve ser desacelerado imediatamente, mostrou a ata.

"Dois membros indicaram que as compras podem continuar no ritmo atual pelo menos até o fim do ano", informou a ata. "Também se observou que caso o panorama se deteriore, o ritmo de compras pode aumentar." (Reportagem de Jonathan Spicer)