Economia

INPC abre possibilidade para reajuste maior do mínimo

Inflação medida pelo índice foi mais alta do que o reajuste proposto pelo governo

Segundo o coordenador do índice, o salário mínimo deveria ser de R$ 543 (Beatriz Albuquerque /Cláudia)

Segundo o coordenador do índice, o salário mínimo deveria ser de R$ 543 (Beatriz Albuquerque /Cláudia)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 14h05.

Brasília - O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), divulgado hoje (7), abre mais uma possibilidade de aumento maior do salário mínimo para 2011. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice que tradicionalmente serve de base para o reajuste, fechou 2010 em 6,47%, enquanto que o aumento do salário mínimo definido pelo governo Lula foi de 5,88%, de R$ 510 para R$ 540.

O coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), José Silvestre Prado de Oliveira, lembra que a regra definida em 2007 pelo governo e centrais sindicais prevê reajuste do salário mínimo pela inflação no ano anterior mais o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de dois anos atrás. Ou seja, o reajuste deste ano seria com base no INPC de 2010 e no resultado do PIB de 2009. Mas como a economia encolheu 0,2% em 2009, Oliveira defende que seja usado somente o índice de inflação para reajustar o salário mínimo.

Segundo o coordenador, se for levado em conta o resultado do INPC do ano passado, o salário mínimo teria que ser reajustado para R$ 543. Ele acrescenta que geralmente o governo arredonda esse valor até para facilitar o saque do dinheiro em caixas eletrônicos. Assim, o salário ficaria em R$ 545. “É muito provável que o governo reveja o valor do salário mínimo”, diz Oliveira.

De acordo com Oliveira, o INPC é um o índice que geralmente reajusta contratos salariais no país e os benefícios da previdência social.

No Congresso Nacional, a revisão do reajuste é praticamente um consenso entre os parlamentares a começar pelo próprio líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Segundo ele, o ideal é que os partidos deixem de lado “disputas políticas” e discutam o assunto tecnicamente, com base no princípio que o salário mínimo é parte de uma política de desenvolvimento para o país.

Vaccarezza disse à Agência Brasil que, por força dessas discussões, é praticamente impossível aprovar em fevereiro deste ano a medida provisória, enviada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso, no final de dezembro. Para ele, a votação da matéria deve ocorrer em meados de março.

O líder do PDT na Câmara, Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, ressaltou que o partido insistirá na emenda apresentada à medida provisória, fixando o valor do salário mínimo, em 2011, em R$ 580. Ele considerou, no entanto, “um sinal positivo” a possível revisão do valor estabelecido em medida provisória. “Vamos ver se resolve com o diálogo. Vou para Brasília na semana que vem”, disse o parlamentar que pretende conversar com representantes do governo para analisar a questão.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoINPCSalário mínimo

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs