A infra-estrutura no Brasil carece de, pelo menos, 40 bilhões de dólares em investimentos. O cálculo, feito por empresários do setor de logística do país, equivale a cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e integra uma proposta a ser apresentada na 1ª Conferência Nacional de Infra-estrutura Logística, no próximo dia 24, em São Paulo. A avaliação foi feita por dez entidades empresariais do setor e será apresentada aos principais candidatos à presidência da República.

De acordo com as entidades, atualmente, as empresas brasileiras trabalham com um estoque suficiente para 65 dias como forma de compensar a ineficiência da infra-estrutura para transporte de cargas. O prazo de estoque é superior ao de outros países mais bem estruturados. Nos Estados Unidos, o tempo necessário é de 43 dias. A diferença de prazo corresponde a um custo de 118 bilhões de dólares em produtos parados no país, avaliam entidades como Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

Portos

Recentemente, estudo da francesa CMA CGM, terceira maior transportadora marítima do mundo, mostrou que alguns dos principais portos do Brasil utilizam mais de 90% da capacidade de movimentação de carga. O ideal seria o uso de 50% para evitar filas de navios no embarque e no desembarque e a conseqüente alta de custos dos produtos. A agenda Portos, lançada pelo governo federal em 2005, previa investimentos de 670 milhões de reais em obras nos 11 maiores portos nacionais. Especialistas calculam que seria necessário mais que o dobro dessa verba para contornar os problemas mais urgentes do setor.