Economia

Inflação volta a subir na China e reduz espaço para estímulos

Alta de 4,5% ocorreu com a disparada do consumo durante a temporada de festas do ano-novo lunar

Excluindo a inflação de alimentos, os preços subiram 1,8% em janeiro sobre o ano anterior (Gideon Mendel/Corbis/Latin Stock)

Excluindo a inflação de alimentos, os preços subiram 1,8% em janeiro sobre o ano anterior (Gideon Mendel/Corbis/Latin Stock)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 07h36.

Pequim - A taxa anual de inflação na China surpreendeu ao subir em janeiro, atingindo 4,5 por cento, com a disparada do consumo durante a temporada de festas do ano-novo lunar. A alta interrompe cinco meses seguidos de desaceleração e obriga o mercado a reconsiderar sua expectativa pela adoção de mais estímulos monetários no país.

O tamanho da distorção sazonal torna os dados de janeiro particularmente difíceis de se interpretar, mas economistas dizem que os números devem eliminar qualquer expectativa remanescente de um corte do depósito compulsório bancário no curto prazo. A medida era prevista para o período antes do ano-novo chinês, mas não foi anunciada.

"A alta da inflação realmente reduz espaço para um afrouxamento monetário maior por enquanto. Não achamos que haverá um corte de compulsório antes de março", disse O economista do Société Générale para a China, Wei Yao, em Hong Kong.

A inflação acelerou em relação à taxa de 4,1 por cento registrada em dezembro, que foi a menor em 15 meses. A previsão dos economistas para janeiro, também de 4,1 por cento, foi contrariada por uma disparada de 10,5 por cento nos preços de alimentos, que constituem cerca de um terço do índice de preços chinês.

Excluindo a inflação de alimentos, os preços subiram 1,8 por cento em janeiro sobre o ano anterior, abaixo da taxa de 1,9 por cento de dezembro. Os preços ao produtor, enquanto isso, subiram 0,7 por cento no mês passado, um pouco abaixo do previsto, destacando a redução das pressões inflacionárias na indústria conforme a demanda global é reduzida pela crise de dívida da Europa.

"É mais provável que o banco central mantenha sua posição monetária atual por enquanto e espere os dados de fevereiro para decidir sua próxima medida", disse o analista da Guotai Junan Securities, Wang Jin, em Xangai.

O BC chinês reduziu o compulsório bancário em novembro pela primeira vez em três anos, tirando 0,50 ponto do nível recorde de 21,5 por cento.

Ainda assim, se o avanço de janeiro não se transformar em tendência, muitos economistas esperam que a inflação diminua em fevereiro e continue nesse padrão ao longo de 2012, caindo abaixo de 4 por cento para o ano como um todo e permitindo que Pequim mantenha o afrouxamento gradual e direcionado da política monetária e fiscal.

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