Economia

Inflação tende a romper teto da meta, avalia Votorantim

As altas de 1,11% em Alimentação e Bebidas e de 27,08% das passagens aéreas superaram expectativas do economista Carlos Lopes, da Votorantim Corretora


	Preços: para economista da Votorantim Corretora, inflação deve rondar limite superior da meta perseguido pelo governo, de 6,5% ao ano, entre maio e junho
 (Getty Images)

Preços: para economista da Votorantim Corretora, inflação deve rondar limite superior da meta perseguido pelo governo, de 6,5% ao ano, entre maio e junho (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 17h33.

Rio - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou a maior alta para o mês de março desde 2003, ao subir 0,73%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há 11 anos, a prévia da inflação havia subido 1,14% no terceiro mês.

Mas essa marca não se deve apenas aos efeitos da estiagem sobre os alimentos, disse o economista Carlos Lopes, da Votorantim Corretora.

"A inflação sem esse foco já é persistentemente alta. Qualquer choque adicional faz ela acelerar. E, neste mês, tivemos uma sazonalidade mais forte", afirmou.

Nas contas de Lopes já estavam uma inflação de alimentos e de passagens aéreas mais intensa em março. Mesmo assim, as altas de 1,11% em Alimentação e Bebidas e de 27,08% das passagens aéreas superaram suas expectativas.

O que preocupa, contudo, são os efeitos que virão daqui para frente.

"A parte agrícola, principalmente os in natura, têm um pico agora em março. Mas há outros fatores que continuarão pressionando preços de produtos como a carne", disse Lopes, prevendo repercussão da estiagem sobre a inflação pelo menos até maio.

"Isso pode ajudar a romper o teto da meta", reconheceu, embora não tenha ainda feito uma revisão de cenário. Por ora, nos cálculos do economista, a inflação deve rondar o limite superior da meta perseguido pelo governo, de 6,5% ao ano, entre maio e junho.

Apesar disso, Lopes mantém a projeção de mais duas altas de 0,25 ponto porcentual na Selic, nas reuniões de abril e maio, para 11,25% ao ano.

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