PIB: O Itaú Unibanco elevou sua projeção para o PIB do Brasil em 2022 de 1,6% para 2% (Paulo Whitaker/Reuters)
Da redação, com agências
Publicado em 8 de julho de 2021 às 09h26.
Última atualização em 8 de julho de 2021 às 10h47.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,53 por cento em junho, após alta de 0,83 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. É a maior alta para o mês desde 2018, puxada por energia elétrica
A desaceleração tem relação com uma pressão menor nos preços do atacado, que começa a dar sinais de moderação por conta da queda dos preços das commodities agrícolas, somada à recente desvalorização do dólar. Em 12 meses, porém, o IPCA registra alta de 8,35%. Com o resultado, o indicador permanece acima do teto da meta de inflação estabelecida para o ano. A meta de inflação do Banco Central para 2021 é de 3,75%, podendo variar entre 2,2% e 5,25%
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Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,59 por cento em junho, acumulando em 12 meses alta de 8,40%.
Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta em junho. O maior impacto veio do grupo Habitação, que avançou 1,1%, principalmente, por causa da energia elétrica.
Embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (5,37%), a conta de luz teve o maior impacto individual no índice do mês.
— A energia continuou subindo muito por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou a vigorar em junho — explica o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
Energia, gasolina e carnes foram responsáveis por 0,17 ponto percentual da alta, ou seja, mais de um terço da variação de 0,53% do IPCA em junho.
As carnes subiram 1,32%, quinto mês consecutivo de aumento. Já a gasolina avançou 0,69%.
Almeida destaca que a alta de junho foi puxada principalmente pela inflação dos preços monitorados. Enquanto o índice geral chegou a 0,53%, o indicador de monitorados ficou em 0,81%.
— O índice de monitorados mais uma vez ficou acima do IPCA geral. Somente a gasolina já acumula alta de 25,56% no ano e já pesa 5,94% no orçamento das famílias. É o item com maior peso no índice e vai ganhando peso no orçamento das famílias a medida que os preços sobem acima da inflação geral — explica o analista da pesquisa.
No mês passado, a bandeira vermelha representou a cobrança extra de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em julho, essa taxa aumentou para R$ 9,49 e poderá ter novo reajuste em agosto, devido à crise hídrica.
Por isso, apesar de a inflação apontar uma desaceleração tanto em relação ao IPCA-15, prévia da inflação em junho (0,83%), quanto em relação ao IPCA de maio (0,83%), a expectativa dos analistas é que os preços administrados - principalmente, de energia elétrica e combustíveis - pressionem o orçamento das famílias nos próximos meses.
O recente reajuste da Petrobras, que elevou os preços da gasolina, diesel, gás de botijão e gás canalizado, além do reajuste de 52% da bandeira tarifária de energia pela Aneel, devem refletir na inflação entre os meses de julho e agosto, quando os repasses começam a chegar ao consumidor.
Por outro lado, analistas avaliam que a pressão nos preços do atacado deve começa a dar sinais de moderação, já que os preços das commodities agrícolas tem recuado, somada à recente desvalorização do dólar.
Isso significa que os preços de alguns alimentos que também têm cotação no mercado internacional tendem a desacelerar, o que deve resultar em menores altas dos preços ao consumidor nos meses seguintes.
O resultado dessa alta dos preços sobre o IPCA é um avanço do indicador em 12 meses, o que tem feito o Banco Central subir a Selic, taxa de juros básica da economia, hoje em 4,25% ao ano.
Como o efeito de uma alteração na Selic leva de seis a nove meses para chegar à economia real, analistas avaliam que a inflação em 2021 ficará acima do teto da meta, mas ainda acreditam que a inflação voltará aos trilhos em 2022.
Segundo último Boletim Focus divulgado na segunda-feira, a previsão de analistas do mercado para a inflação de 2021 subiu de 5,97% para 6,07%. Já a expectativa sobre a inflação de 2022 passou de 3,78% para 3,77%. A meta de inflação do ano que vem está fixada em 3,5%.
O IBGE disponibilizou o aumento da inflação por categoria de produto diferente. Os dados são relativos ao mês de maio e junho, respectivamente.
- Alimentação e bebidas: Maio: +0,43% /Junho: +0,44%
- Habitação Maio: +1,10% / Junho: +1,78%
- Artigos de residências: Maio: +1,09% / Junho: +1,25%
- Vestuário: Maio +1,21% / Junho: +0,92%
- Transportes: Maio +0,41% / Junho: +1,15%
- Saúde e cuidados pessoais: Maio: +0,51% / Junho: +0,76%
- Despesas pessoas: Maio: +0,29% / Junho: +0,21%
- Educação: Maio: +0,05% / Junho: +0,06%
- Comunicação: Maio: -0,12% / Junho: +0,21%
- IPCA: Maio: +0,53% / Junho: +0,83%
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