Economia

Inflação só deve chegar ao centro da meta em 2011

Para os analistas, a decisão do Copom deve aliviar as expectativas de inflação para este ano, mas sem recuo

Para especialistas, inflação só deve atingir a meta em 2011, mas expectativas para este ano devem parar de subir (.)

Para especialistas, inflação só deve atingir a meta em 2011, mas expectativas para este ano devem parar de subir (.)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2010 às 20h17.

Brasília - Mesmo com alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juro básica que o Banco Central decidiu ontem (28) a inflação deve ficar fora do centro da meta até o fim do ano que vem. É o que acreditam vários analistas.

Segundo o economista Gian Barbosa, da Tendências Consultoria Integrada, a decisão foi importante para o Banco Central mostrar que está de olho na inflação e vai agir da forma correta para tentar fazê-la convergir com a meta. "Foi positivo para dar um reforço na credibilidade do BC; a decisão anterior foi uma decisão cheia de ruídos, que resultou em uma ata polêmica", avalia.

A inflação esperada para 2010 já leva em consideração algumas posições que o Banco Central deve tomar, e por isso não deve mudar muito do que estava previsto, explica Salomão Quadros, coordenador de análise econômicas da FGV. "O controle da inflação  tem uma certa defasagem:, aumentar a taxa agora só deve repercutir de fato no ano que vem", disse ele.

O efeito a ser sentido agora é o indireto, de apaziguar as expectativas com relação à inflação corrente. Já o consumidor vem sentindo o peso da inflação no bolso desde janeiro, como indica o economista sênior da área de cenários macroeconômicos da LCA Consultores Fabio Romão. "A alimentação é o que mais pesa; em março a inflação fechou em alta de 0,52% e o preço dos alimentos subiu 1,5%", explicou.

No entanto, o economista vê uma possível desaceleração nos próximos meses de maio e junho. "Algumas expectativas de cair a inflação foram frustradas no início do segundo trimestre, mas daqui para frente é natural se esperar que as elas não subam mais como vinham subindo", pondera Romão. "Se antes as expectativas subiam de elevador, agora devem, no máximo, subir de escada", compara.
 

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