(Leandro Fonseca/Exame)
Carolina Riveira
Publicado em 25 de outubro de 2022 às 09h04.
Última atualização em 26 de outubro de 2022 às 10h57.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação mensal, ficou em 0,16% em outubro, segundo divulgado nesta terça-feira, 25, pelo IBGE.
O acumulado em 12 meses foi a 6,85%, ainda em queda ante os 7,96% no IPCA-15 de setembro. Nos dez meses do ano até outubro, a variação acumulada é de 4,80%.
O resultado sinaliza o fim dos meses de queda na inflação brasileira vistos desde o mês de agosto. O Brasil havia tido deflação, isto é, uma variação negativa no índice, em agosto e setembro, puxada pela desoneração no preço dos combustíveis e cenário mais favorável do preço do petróleo no mercado internacional.
A variação positiva no IPCA-15 de outubro, segundo o IBGE, vem em meio à redução menor no preço dos transportes neste mês, além de novas altas sobretudo em planos de saúde e alimentação.
A variação em outubro ficou acima do consenso do mercado, que já esperava o fim das quedas no IPCA-15, mas com índice mensal variando perto de zero (em 0,05%) e inflação anual menor, em 6,75%.
O IPCA-15 diz respeito ao período entre a última quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual, e é considerado uma prévia do IPCA final, que abrange o mês completo e é divulgado no mês seguinte. Para o IPCA-15 deste mês, os preços foram coletados no período de 15 de setembro a 13 de outubro e comparados com os preços vigentes de 13 de agosto a 14 de setembro de 2022.
As projeções até o momento são de que a inflação termine 2022 abaixo de 6% com o efeito das desonerações, mas podem ocorrer altas nos anos seguintes.
No boletim Focus desta semana, que reúne projeções dos principais bancos e casas de análise compilados pelo Banco Central, a estimativa de IPCA em 2022 foi de 5,62% para 5,60%, a 17ª redução seguida. Já a estimativa para 2024 acelerou de 3,43% para 3,50%.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, três tiveram quedas no período medido: Transportes (-0,64%), Comunicação (-0,42%) e Artigos de residência (-0,35%).
O grupo Transportes, que inclui os combustíveis, caiu menos do que no mês anterior, quando havia tido baixa de 2,35%.
No grupo, o subitem que mais impactou negativamente foi a gasolina, enquanto as passagens aéreas tiveram maior impacto de alta, segundo o IBGE. Reajustes em passagens de ônibus em algumas capitais também fizeram com que o grupo caísse menos neste mês.
Na outra ponta, o grupo Saúde e cuidados pessoais (alta de 0,80%) teve o maior impacto positivo (0,10 p.p.) no IPCA-15 no mês.
A variação foi puxada por alta de 1,44% no preço dos planos de saúde. A alta veio após autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para reajustes retroativos, que foram contabilizados no IPCA-15 deste mês.
Outra alta no grupo de saúde foi higiene pessoal, que subiu 1,10% no mês.
Um dos destaques do mês foi o grupo Alimentação e Bebidas, que teve alta de 0,21% após ter caído 0,47% em setembro.
Itens que haviam tido queda nos últimos meses voltaram a subir, embora o leite, vilão da inflação, tenha continuado sua trajetória de queda com o fim do período mais frio do inverno.
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