Economia

Inflação pesou mais para baixa renda em março

A taxa de inflação para a população de menor poder aquisitivo foi mais expressiva do que a apurada para a população de maior renda na capital paulista em março. Conforme o levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio do Índice do Custo de Vida (ICV), enquanto a variação média […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

A taxa de inflação para a população de menor poder aquisitivo foi mais expressiva do que a apurada para a população de maior renda na capital paulista em março. Conforme o levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio do Índice do Custo de Vida (ICV), enquanto a variação média do indicador foi de 0,47%, o indicador específico para os mais pobres registrou taxa de 0 89% e o que engloba o custo de vida dos mais ricos apresentou variação bem mais amena, de 0,32%, no mês passado.

Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três índices de custo de vida, segundo as faixas de renda das famílias na cidade de São Paulo. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

No mês passado, os três índices tiveram comportamentos distintos. No primeiro estrato, o ICV de março foi 0,28 ponto porcentual superior à variação de 0,61% do mês anterior. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,26 ponto inferior à de fevereiro. No grupo intermediário, o ICV passou de 0,63% para 0,62%.

O Dieese fez um comparação específica entre a inflação para as famílias do primeiro estrato e do terceiro. Segundo a instituição, as famílias com menor renda gastam proporcionalmente mais com Alimentação (36,7%) e Habitação (25 2%), grupos que respondem, por 61,9% de suas despesas; do que as de maior renda, que destinam 45,8% de seu orçamento para estes grupos, sendo 23,6% com Alimentação e 22,2% com Habitação.

Em contrapartida, segundo o Dieese, as famílias com maior nível de rendimento destinam 43,7% de seu orçamento: para Transporte (17,6%), Educação (10,4%) e Saúde (15,7%). No caso das famílias de menor renda, há um comportamento distinto, pois, apenas 26,0% de seus gastos são destinados a estes grupos: 11,5% para o Transporte, 3,8% para Educação e 10,7%, para a Saúde.

De acordo com a instituição, a forte alta de 1,54% do grupo Alimentação, gerada especialmente pelo período de chuvas e que puxou principalmente os preços dos produtos in natura e semielaborados, afetou mais as famílias de menor rendimento. Tudo isso devido ao peso deste subgrupo na composição de seus orçamentos domésticos.

Comportamento inverso foi observado no grupo Saúde, que subiu 1 25% em março. Segundo o Dieese, à medida que a renda cresce, as famílias foram mais afetadas pelos aumentos ocorridos na assistência médica, uma vez que o subgrupo dos medicamentos e produtos farmacêuticos não teve alteração em seus valores, no mês passado.

Já a forte queda de 1,65% observada no grupo Transporte, que teve origem principalmente na diminuição no valor dos combustíveis, resultou em contribuições negativas para todas as famílias, sendo mais acentuada para as de maior poder aquisitivo e menor para as mais pobres. No início de 2010, as famílias de menor renda haviam enfrentado maiores dificuldades com o custo de vista, já que foram, juntamente com as famílias do estrato intermediário, as mais afetadas pelo expressivo reajuste de 17 4% que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), determinou para as passagens de ônibus no município.

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