Economia

Inflação na zona do euro atinge em março mínima desde 2009

Desaceleração aumenta as expectativas de que o BCE tomará medida radical para frear a ameaça de deflação no bloco monetário


	Euro: inflação ao consumidor anual nos 18 países que compartilham o euro foi de 0,5 por cento em março
 (Getty Images)

Euro: inflação ao consumidor anual nos 18 países que compartilham o euro foi de 0,5 por cento em março (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2014 às 08h18.

Bruxelas - A inflação na zona do euro atingiu em março o menor nível desde novembro de 2009, uma desaceleração surpreendente que aumenta as expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) tomará medida radical para frear a ameaça de deflação no bloco monetário.

A inflação ao consumidor anual nos 18 países que compartilham o euro foi de 0,5 por cento em março, uma desaceleração no ritmo de alta dos preços ante 0,7 por cento em fevereiro, informou nesta segunda-feira a agência de estatísticas Eurostat.

Economistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de 0,6 por cento, que já era preocupante para uma economia que mal se recupera de uma recessão após uma crise que quase rompeu a zona monetária.

A inflação está na "zona de perigo" do BCE de abaixo de 1 por cento por seis meses consecutivos, e a leitura preliminar aumenta as chances de o BCE cortar a taxa de juros quando seu Conselho se reunir na quinta-feira. Também cresceram as especulações de que possa adotar outras medidas de afrouxamento por taxa de depósito negativa ou mesmo compra de títulos no estilo dos Estados Unidos.

Mas a Páscoa tardia neste ano, que adiou o impacto da alta dos preços de viagens e hotéis quando muitas pessoas viajam na Europa, pode encorajar o banco central da zona do euro a esperar até a reunião de junho para agir.

"Isso manterá muito viva a possibilidade de mais afrouxamento da política monetária", disse Nick Kounis, chefe de pesquisa econômica do ABN AMRO. "Entretanto, o banco central tem mostrando bastante tolerância com a inflação baixa recentemente." O BCE, cuja meta é de inflação pouco abaixo de 2 por cento, deixou os custos de empréstimos inalterados em 0,25 por cento em março e argumentou que os riscos de deflação no bloco são limitados.

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