Economia

Inflação na Venezuela pode ser de 330% - 6 vezes a oficial

Inflação oficial da Venezuela fechou 2013 em 56% - mas o número oficial pode ser até 6 vezes maior, de acordo com estimativa do Instituto Cato


	Medas de Bolívar e uma nota de um dólar em Caracas, na Venezuela
 (Meridith Kohut/Bloomberg)

Medas de Bolívar e uma nota de um dólar em Caracas, na Venezuela (Meridith Kohut/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 11h59.

São Paulo - A inflação na Venezuela fechou 2013 em 56% - uma das maiores taxas do mundo e quase 10 vezes maior que a brasileira.

Mas assim como ocorre na Argentina, as estatísticas do governo são no mínimo questionáveis, e o número real pode ser quase 6 vezes maior: 330%.

A estimativa foi feita pelo instituto conservador americano Cato com base no conceito de paridade de poder de compra (PPP) e na taxa de câmbio real: um dólar compra hoje 6,30 bolívares no mercado oficial e 87,06 bolívares no mercado negro.

Isso acontece porque o governo de Nicolás Maduro controla cada vez mais o fluxo de dólares e decretou leis para punir os comerciantes que desobedecessem os rígidos controles de preço.

Enquato isso, a economia continua sendo estimulada com a entrada de novos recursos. O resultado é a queda do bolívar e um mercado paralelo vibrante e com preços muito mais altos.

O índice oficial de escassez de produtos básicos - como farinha e papel higiênico - atingiu um novo recorde de 28% este mês.

O projeto da Cato é liderado pelo economista Steve Hanke, da Universidade John Hopkins, e acompanha 5 "moedas problemáticas". Na Argentina, a inflação estimada é de 54% - 5 vezes a oficial e o dobro do estimado por outras consultorias privadas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCâmbioInflaçãoNicolás MaduroPolíticosVenezuela

Mais de Economia

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições