Supermercado lotado no Espírito Santo (Arquivo/Agência Brasil)
João Pedro Caleiro
Publicado em 7 de abril de 2017 às 09h03.
Última atualização em 7 de abril de 2017 às 09h52.
São Paulo - A inflação no Brasil foi de 0,25% em março, divulgou na manhã desta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É menos do que os 0,33% registrados em fevereiro e do que os 0,46% de março do ano passado. A expectativa do mercado era de exatos 0,25%, segundo pesquisa da Bloomberg.
A taxa acumulada no primeiro trimestre é de 0,96%, bem abaixo dos 2,62% no mesmo período de 2016. É a menor inflação nos primeiros três meses do ano desde o início do Plano Real, em 1994.
Com isso, o acumulado de 12 meses chegou a 4,57%, quase no centro da meta de 4,5% definida pelo governo - com tolerância de dois pontos percentuais para cima (6,5%) ou para baixo (2,5%).
A última vez que o IPCA em 12 meses ficou no centro da meta foi em agosto de 2010, quando atingiu 4,49%.
Grupos
Alimentação e Bebidas, de longe o grupo com maior peso no índice, passou de uma queda de 0,45% em fevereiro para uma alta de 0,34% em março.
Alguns produtos importantes ficaram mais caros no mês: é o caso do tomate (14,47%), ovos (5,86%) e leite longa vida (2,6%).
Outros ficaram mais baratos, com destaque para o feijão-preto (-9,11%), o feijão-carioca (-5,59%) e o feijão-mulatinho (-4,50%).
4 grupos monitorados tiveram queda de preços no mês. Transportes ficou em -0,86% puxado por quedas de 2,21% na gasolina, 5,10% no etanol e 9,63% nas passagens aéreas.
Já o grupo Comunicação ficou em -0,63%, fruto em parte de uma redução nas tarifas das ligações de fixo para móvel a partir do dia 25 de fevereiro.
O maior impacto individual foi da energia elétrica, que sozinha contribuiu com 0,15 ponto percentual no índice do mês.
O reajuste de 9,8% nas refinarias refletiu em um aumento de 1,13% no preço dos botijões de gás. Estes foram alguns dos fatores por trás da alta de 1,18% no grupo Habitação em março.
Educação, que havia subido 5,04% em fevereiro em grande parte por causa dos reajustes de mensalidade, teve a segunda maior alta de março, mas bem mais modesta em 0,95%.
Despesas Pessoais, que foi de 0,31% em fevereiro para 0,52% em março, sofreu impacto de uma alta de 1,68% em certas marcas de cigarro em algumas regiões.
Grupo | Variação fevereiro, em % | Variação março, em % |
---|---|---|
Índice Geral | 0,33 | 0,25 |
Alimentação e Bebidas | -0,45 | 0,34 |
Habitação | 0,24 | 1,18 |
Artigos de Residência | 0,18 | -0,29 |
Vestuário | -0,13 | -0,12 |
Transportes | 0,24 | -0,86 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,65 | 0,69 |
Despesas pessoais | 0,31 | 0,52 |
Educação | 5,04 | 0,95 |
Comunicação | 0,66 | -0,63 |
Grupo | Impacto fevereiro, em p.p. | Impacto março, em p.p. |
---|---|---|
Índice Geral | 0,33 | 0,25 |
Alimentação e Bebidas | -0,11 | 0,09 |
Habitação | 0,04 | 0,18 |
Artigos de Residência | 0,01 | -0,01 |
Vestuário | -0,01 | -0,01 |
Transportes | 0,04 | 0,16 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,08 | 0,08 |
Despesas pessoais | 0,03 | 0,06 |
Educação | 0,23 | 0,04 |
Comunicação | 0,02 | -0,02 |