Economia

Inflação está em níveis "confortáveis", diz ata do Copom

Informação, divulgada hoje (12), está na ata da última reunião do comitê, que decidiu na semana passada manter a Selic em 6,5% ao ano

Copom do Banco Central considera que a inflação está em níveis "apropriados ou confortáveis" (thinkstock/Thinkstock)

Copom do Banco Central considera que a inflação está em níveis "apropriados ou confortáveis" (thinkstock/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 10h53.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2019 às 10h56.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considera que a inflação está em níveis "apropriados ou confortáveis". A informação, divulgada hoje (12), consta da ata da última reunião do comitê, que decidiu na semana passada manter a taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% ao ano, o mínimo histórico.

"Diversas medidas de inflação subjacente [ação que procura captar a tendência dos preços, desconsiderando variações temporárias] se encontram em níveis apropriados ou confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária [definição da taxa Selic]", diz a ata.

O Copom, mais uma vez, optou por não dar indicações sobre as próximas reuniões para definir a Selic. "Todos concordaram que a atual conjuntura recomenda manutenção de maior flexibilidade para condução da política monetária, o que implica abster-se de fornecer indicações de seus próximos passos. Os membros do Copom [diretoria do BC] reforçaram a importância de enfatizar o compromisso de conduzir a política monetária visando a manter a trajetória da inflação em linha com as metas", destaca o comitê.

Com relação ao cenário externo, o Copom avaliou que permanece desafiador, mas com alguma redução e alteração do perfil de riscos" para a inflação no Brasil. "Diminuíram os riscos de curto prazo associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas. Por outro lado, aumentaram os riscos associados a uma desaceleração da economia global, em função de diversas incertezas, como as disputas comerciais e o Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia]".

O aumento das taxas de juros de países como Estados Unidos pode levar à saída de investidores de nações emergentes, como o Brasil, para aplicar em títulos americanos, o que leva à alta do dólar.

No mercado interno, o nível de ociosidade elevado da economia brasileira pode fazer com que a inflação fique abaixo do esperado. Por outro lado, diz o Copom, "uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira" pode elevar a inflação.

Na semana passada, pela sétima vez seguida, o Copom manteve os juros básicos da economia. A decisão unânime era esperada pelos analistas financeiros.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2019, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de inflação de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não poderá superar 5,75% neste ano nem ficar abaixo de 2,75%. A meta para 2020 foi fixada em 4%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

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