Economia

Inflação e juros no radar do dia

Inflação e juros são os temas que mais atraem a atenção de analistas econômicos nos últimos meses no Brasil. Hoje é dia dos dois entrarem na pauta. Sobre a inflação, a ser apresentada pelo IBGE, há mais certezas do que dúvidas. O último boletim Focus, divulgado na segunda, apontou que o Índice Nacional de Preços […]

ILAN GOLDFAJN, PRESIDENTE DO BC: portanto, atingido o objetivo da convergência de preços neste e no próximo ano, o BC precisa agora de liberdade para trazer o juro real para níveis compatíveis com a recuperação cíclica que já está ocorrendo / Andressa Anholete / Getty Images (Andressa Anholete/Getty Images)

ILAN GOLDFAJN, PRESIDENTE DO BC: portanto, atingido o objetivo da convergência de preços neste e no próximo ano, o BC precisa agora de liberdade para trazer o juro real para níveis compatíveis com a recuperação cíclica que já está ocorrendo / Andressa Anholete / Getty Images (Andressa Anholete/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 05h59.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h28.

Inflação e juros são os temas que mais atraem a atenção de analistas econômicos nos últimos meses no Brasil. Hoje é dia dos dois entrarem na pauta.

Sobre a inflação, a ser apresentada pelo IBGE, há mais certezas do que dúvidas. O último boletim Focus, divulgado na segunda, apontou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ser de 6,35% no ano, uma previsão que caiu 0,34 ponto em menos de um mês, ficando dentro do teto da meta estipulada pelo Banco Central, de 6,5%. O número é mais de quatro pontos percentuais menor do que o índice de 2015, e também fica abaixo do registrado em 2014, quando foi de 6,41% – mesmo com preços administrados pelo governo naquele ano, como a gasolina, sendo represados.

Ainda assim, a inflação no país está quase dois pontos acima do centro da meta do Banco Central, que é de 4,5 pontos percentuais. A última vez que o Brasil atingiu o patamar foi em 2009, quando a inflação do ano foi de 4,31%. O Focus diz que ela deve ficar em 4,81% em 2017.

Como isso afetará disposição do Banco Central de cortar os juros? Essa é a grande incerteza do dia. A principal aposta é que o Comitê de Política Monetária, que apresenta a nova taxa hoje, reduza o número em 0,5 ponto – de 13,75% para 13,25% ao ano. O número de economistas que apostam em uma queda de 0,75%, no entanto, cresceu nos últimos dias. Nas últimas duas reuniões, o Copom reduziu a taxa em 0,25 e foi bastante criticado por ser tão “conservador”.

Em entrevista exclusiva a EXAME em dezembro, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que o problema dos juros não se resolve só com calibragem, mas com “reformas e mudança do ambiente de negócios e da estrutura da economia”. Mesmo assim, a inflação controlada deve fazer com que os juros caiam de maneira acentuada ao longo do ano. Ao final de 2017, a Selic deve ficar em 10,25%, na previsão de economistas. Até meados de dezembro, a previsão era de 10,5%.

Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados e colunista de EXAME Hoje, destaca que um cenário favorável à inflação em 2017, com safra recorde de grãos e crescimento fraco do PIB, devem reforçar a pressão para juros menores ao longo do ano. Ele prevê espaço para os juros caírem até 9,25%. Entre a cautela e ousadia, o Banco Central vai começar a se posicionar hoje.

 

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