Economia

Inflação é de 0,32% em fevereiro, a menor para o mês desde 2000

Acumulado dos últimos 12 meses ficou em 2,84%, o menor para o período desde 1999 e ainda abaixo do piso da meta do governo

Idosa faz compras em supermercado (gpointstudio/Thinkstock)

Idosa faz compras em supermercado (gpointstudio/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 9 de março de 2018 às 09h03.

Última atualização em 9 de março de 2018 às 11h24.

São Paulo - A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,32% em fevereiro.

A taxa subiu levemente em relação aos 0,29% de janeiro, mas foi a mais baixa para fevereiro desde o ano 2000, quando ficou em 0,13%.

O acumulado nos dois primeiros meses do ano é de 0,61%, o mais baixo percentual para o período desde que o Plano Real foi implementado em 1994.

Os dados foram informados na manhã desta sexta-feira (09) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A inflação também não surpreendeu o mercado ao se mostrar muito próxima dos 0,33% previstos pelo último Boletim Focus.

O acumulado dos últimos 12 meses está em 2,84%, o menor para o período desde 1999 (2,24%) e abaixo do piso da meta.

A lei define que o governo deve perseguir em 2018 uma inflação de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (6%) ou para baixo (3%).

Setores

O grupo Educação dominou a inflação de fevereiro: a alta foi de 3,89% com impacto de 0,19 ponto percentual no índice final.

O número reflete os reajustes que costumam ser feitos no início do ano letivo, em especial os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares.

Já o grupo Alimentação e Bebidas, de longe o mais importante com cerca de um terço de peso no índice, caiu 0,33% e teve impacto negativo de -0,08 p.p. na taxa final.

Houve queda de preços em fevereiro de produtos importantes como alho (-4,79%), tomate (-3,29%), frutas (-1,13%) e carnes (-1,09%).

Vestuário foi o outro único grupo que caiu em fevereiro, mas a queda de 0,38% foi menos intensa que os 0,98% de queda em janeiro.

Transportes teve alta de 0,74%, menor do que a de janeiro, e impacto de 0,13 ponto percentual no índice final.

O grupo sofreu impacto de uma alta de 1,90% nos ônibus urbanos, com destaque para um reajuste de 6,28% em Goiânia.

Também houve uma alta média de 0,85% na gasolina, considerando variações entre -3,70% em Fortaleza e 8,55% em Salvador.

Outro item que entra neste grupo é o táxi, que subiu 1,73% com impacto significativo do reajuste de 7,39% no Rio de Janeiro, em vigor desde 24 de janeiro.

GrupoVariação janeiro, em %Variação fevereiro, em %
Índice Geral0,290,32
Alimentação e Bebidas0,74-0,33
Habitação-0,850,22
Artigos de Residência0,140,03
Vestuário-0,98-0,38
Transportes1,100,74
Saúde e cuidados pessoais0,420,38
Despesas pessoais0,220,17
Educação0,223,89
Comunicação0,110,05

 

GrupoImpacto janeiro, em p.p.Impacto fevereiro, em p.p.
Índice Geral0,290,32
Alimentação e Bebidas0,18-0,08
Habitação-0,130,03
Artigos de Residência0,010,00
Vestuário-0,06-0,02
Transportes0,200,13
Saúde e cuidados pessoais0,050,05
Despesas pessoais0,030,02
Educação0,010,19
Comunicação0,000,00
Acompanhe tudo sobre:IBGEInflaçãoIPCAPreços

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto