EUA: inflação é a maior desde 1981 (Spencer Platt/Getty Images)
Carolina Riveira
Publicado em 10 de junho de 2022 às 09h58.
Última atualização em 10 de junho de 2022 às 10h08.
A inflação dos Estados Unidos subiu 1% no mês de maio, segundo os resultados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) divulgados nesta sexta-feira, 10, pelo governo norte-americano.
A alta foi forte sobretudo no setor de serviços diante da retomada da economia pós-auge da covid-19, além de aumentos nos preços da energia e alimentos, com a guerra na Ucrânia e preços altos das commodities no mercado global.
A inflação de maio foi significativamente maior do que o avanço de 0,3% registrado em abril. Em abril, os preços haviam começado a esboçar alguma desaceleração, mas que não se confirmou em maio à medida em que as pressões inflacionárias continuaram.
O CPI ficou também acima da expectativa do mercado, que apostava em alta de 0,7%.
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Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses nos EUA chega a 8,6%. É o nível mais alto desde 1981, época da chamada "grande inflação" e após choques de petróleo nos anos 1970.
O resultado da inflação divulgado hoje deve colocar urgência sobre a trajetória do Fed, banco central americano, de alta de juros. O Fed promoveu duas altas na taxa de juros neste ano, e novos aumentos são esperados.
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Em março, o Fed aumentou os juros americanos pela primeira vez desde 2018 e saiu da taxa de juros "zerada" que praticava até então. Na ocasião, o comitê de política monetária optou por uma alta de 0,25 ponto, levando os juros para a taxa atual entre 0,25% e 0,5%. Em 4 de maio, veio nova alta de 0,5 ponto, levando a taxa americanapara o intervalo atual, entre 0,75% e 1%.
Ao contrário do que ocorre no Brasil, o mercado de trabalho americano está muito aquecido, com desemprego abaixo de 4%, o que também impacta na inflação.
As altas de preço têm afetado a popularidade do presidente americano, Joe Biden, e do Partido Democrata, às vésperas de eleições legislativas de meio de mandato (as chamadas midterms) marcadas para este ano.