Sede da OCDE: no Brasil, a taxa foi a 6,4%, de 6,6% (Jacques Demarthon/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 09h22.
As taxas de inflação nas economias desenvolvidas caíram ao menor nível desde a recessão causada pela crise financeira global, indica relatório mensal da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira. O documento mostra que o Brasil seguiu a tendência de desaceleração na alta dos preços.
A taxa de inflação anual média dos membros da OCDE caiu para 1,1% em dezembro de 2014, ante resultado de 1,5% no mês anterior. O índice foi o menor registrado desde outubro de 2009 e é reflexo da queda acentuada dos preços do petróleo e do fraco crescimento econômico global.
Os preços relacionados ao segmento de energia caíram 6,3% nos 12 meses encerrados em dezembro, desempenho significativamente pior que o verificado em novembro, quando houve recuo de 2,2% nos preços.
Com a exclusão das categorias voláteis de energia e alimentos, o núcleo da inflação na OCDE permaneceu estável, a 1,8% ao ano, em um indicativo de que os preços de outros bens e serviços ainda devem sentir o impacto da queda no petróleo.
Dos 34 membros da OCDE, 13 registraram deflação no período, dos quais apenas um não era europeu: Israel.
Por outro lado, o G-20 como um todo registrou alta na taxa de inflação, que foi a 2,5% ao ano em dezembro, ante leitura anterior de +2,4%. No G-7, a inflação passou a 0,8%, de 1,3%.
A desaceleração também atingiu os Estados Unidos (+0,8%, de +0,5%), o Reino Unido (+0,5%, de +1,0%), a Alemanha (+0,2%, de +0,6%) e a França (+0,3%, de +0,1%).
No Brasil, a taxa foi a 6,4%, de 6,6%, mas a inflação no país ainda é uma das maiores da OCDE, e fica atrás da Argentina (23,9%), que voltou a ser incluída na pesquisa, da Rússia (11,4%) e da Indonésia (8,4%).
Os baixos níveis de inflação têm levado bancos centrais mundo afora à ação. Para estimular os preços e o crescimento econômico, já reduziram os juros a Austrália, a Índia, a Dinamarca e a Suíça.
O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, anunciou a extensão do seu pacote de compra de ativos, que deve superar 1 trilhão de euros nos próximos 19 meses. Fonte: Dow Jones Newswires.