Economia

Inflação deve convergir ao centro da meta em 2016, diz BC

Meta de inflação estabelecida pelo o governo é 4,5% e pode variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo


	Carlos Hamilton Araújo: "para onde a Selic vai [taxa básica de juros], eu não sei. O Copom vai decidir isso ao longo do tempo para colocar a inflação na meta em 2016"
 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Carlos Hamilton Araújo: "para onde a Selic vai [taxa básica de juros], eu não sei. O Copom vai decidir isso ao longo do tempo para colocar a inflação na meta em 2016" (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 13h32.

Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, garantiu hoje (23), ao comentar o Relatório de Inflação do quarto trimestre, divulgado em Brasília, que as ações de política monetária levarão o índice para o centro da meta (4,5%) em 2016.

A meta de inflação estabelecida pelo o governo é 4,5% e pode variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

O papel da política fiscal, mencionou, é “subsidiário” mas cria um ambiente que permite reflexos aos preços.

Ele avaliou ainda que uma política de contenção dos gastos públicos ajudará o governo a atingir seus objetivos.

A futura equipe econômica, que assume a partir de janeiro, já sinalizou que não vai medir esforços para obter superávit primário – economia para o pagamento de juros da dívida pública – de 1,2% do PIB em 2015, além buscar maior crescimento econômico.

O Relatório de Inflação do quarto trimestre mostra que o Banco Central (BC) estima em 0,2% o crescimento da economia para este ano.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) a previsão é 0,5 ponto percentual menor que a estimativa considerada no Relatório de Inflação anterior e de 0,6% para o acumulado em quatro trimestres até setembro de 2015, informou o BC. O PIB é a soma de todas as riquezas do país.

No que se refere ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o BC projeta inflação de 6,4% em 2014, 6,1% em 2015 e 5% em 2016.

Os dados levam em conta o conjunto de informações disponíveis até 5 de dezembro de 2014, o cenário de referência, que pressupõe a manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,55 para cada US$ 1 e a meta para a taxa Selic em 11,75% ao ano.

O relatório destaca ainda que no cenário de mercado, que incorpora dados da pesquisa feita pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin), as projeções indicam inflação de 6,4% em 2014, 6,% em 2015 e 4,9% em 2016.

Para manter a inflação sob controle, o BC reforça a posição do Comitê de Política Monetária. O comitê tem defendido que, em momentos como o atual, “a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária. Nesse sentido, o comitê irá fazer o que for necessário para que no próximo ano a inflação entre em longo período de declínio, que a levará à meta de 4,5% em 2016”.

O BC evitou, no entanto, usar o termo “parcimônia”, utilizada pelo Copom nos comunicados. Segundo Carlos Hamilton, a palavra utilizada comitê é uma palavra “código como as outras na comunicação do Banco Central” . Segundo ele, cumpriu o papel esperado no Copom naquele momento.

“Utilizamos essa palavra, mas hoje a mensagem é outra. Para onde a Selic vai [taxa básica de juros], eu não sei. O Copom vai decidir isso ao longo do tempo para colocar a inflação na meta em 2016. Qualquer coisa que eu fale é mera especulação”, declarou.

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