Economia

Inflação desacelera em novembro

A taxa do IPCA acumulada em 12 meses ficou em 5,77%, aumentando as expectativas de que encerre o ano abaixo do nível de 2012, de 5,84%


	Produtos da cesta básica:  alguns itens importantes ficaram mais baratos, como o arroz e o feijão, o que fez a inflação oficial fechar em 0,54% no mês, segundo o IBGE
 (Tânia Rêgo/ABr)

Produtos da cesta básica:  alguns itens importantes ficaram mais baratos, como o arroz e o feijão, o que fez a inflação oficial fechar em 0,54% no mês, segundo o IBGE (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2013 às 08h32.

Rio de Janeiro - Os alimentos deram uma trégua em novembro. Alguns itens importantes na cesta básica das famílias ficaram até mais baratos, como o arroz e o feijão, o que fez a inflação oficial fechar em 0,54% no mês, abaixo do índice de outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como resultado, a taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses ficou em 5,77%, aumentando as expectativas de que encerre o ano abaixo do nível de 2012, de 5,84%.

"Matematicamente, (o governo) se livrou do rebaixamento", acredita o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, que dá como certo que o IPCA feche 2013 com taxa menor que a de 2012. "Precisa acontecer alguma coisa muito improvável para que a inflação de dezembro supere a taxa de dezembro de 2012 (de 0,79%). E, mesmo que seja mais alta, o IPCA já criou uma folga agora", acrescentou.

Em novembro, os alimentos subiram 0,56%, após alta de 1,03% em outubro. Além do arroz com feijão, beneficiados por uma boa safra este ano, ficaram mais baratos também o alho, a cebola, o leite longa vida, ovo de galinha, cenoura, óleo de soja, frango e pão de queijo.

O resultado já começa a provocar revisões de projeções. A consultoria Tendências, por exemplo, tende a revisar para baixo sua previsão de inflação de 0,76% em dezembro. Na visão das analistas Alessandra Ribeiro e Adriana Molinari, não há sinais de pressões por novos aumentos de preços no atacado, apesar da tendência sazonal de encarecimento dos produtos in natura no fim do ano.

"Ainda há margem para nova desaceleração de carnes, aves, suínos, leites e derivados, o que deve compensar parte das altas esperadas para alimentos in natura e alimentação fora do domicílio", avaliaram as economistas da Tendências.

Gasolina

O IPCA só não arrefeceu mais em novembro por causa do aumento dos preços monitorados: energia e combustíveis pesaram mais no bolso das famílias. Puxado pelo alta do etanol usado em sua fórmula, o preço do litro da gasolina subiu 0,63%, enquanto o do etanol ficou 0,94% mais caro. Apesar do aumento, o resultado ainda não absorveu o reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras em 29 de novembro.


"Ainda não pegou nada (da alta da gasolina)", afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, prevendo para este mês o impacto. A gasolina foi reajustada em 4% o nas refinarias, e o diesel ficou 8% mais caro. Eulina calcula que a cada 1% de reajuste da gasolina a inflação ao consumidor carrega um aumento de 0,03 ponto porcentual no mês. Se o reajuste chegar ao consumidor como foi passado às distribuidoras, haveria impacto de 0,12 ponto porcentual no IPCA de dezembro.

A gasolina é um dos itens que mais pesam no orçamento das famílias, com 3,13% na formação do índice. A alta dos combustíveis pressionou o grupo Transportes em novembro, também afetado pelo aumento de 6,52% nas passagens aéreas - um dos três itens que mais puxaram o IPCA, ao lado de energia elétrica e empregado doméstico. (colaborou Idiana Tomazelli) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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