Economia

Inflação de alimentos: três capitais tiveram aumento acima dos 10% em 2024, diz IBGE

A alta no preço dos alimentos também respingou na popularidade do presidente Lula

Três cidades que tiveram aumento de dois dígitos no quesito alimentação em domicílio no ano passado (Leandro Fonseca/Exame)

Três cidades que tiveram aumento de dois dígitos no quesito alimentação em domicílio no ano passado (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 17h21.

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A inflação de alimentos é uma das preocupações que mais ocuparam os esforços do governo federal neste início de ano. Entre idas e vindas, o Palácio do Planalto estuda como poderia atenuar a alta nos preços da comida, que fecharam o ano passado em 8,23% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O ministro Rui Costa, da Casa Civil, chegou a falar em um “conjunto de intervenções” para baratear os alimentos. A declaração gerou reação negativa, e ele se corrigiu posteriormente. Na sexta-feira, 24, ele sugeriu que o brasileiro trocasse a laranja por outro tipo de fruta para ajudar a frear a inflação. No mesmo dia, o governo federal  anunciou que iria reduzir alíquotas de importação de alimentos para conter a alta no preço.

Microdados do IPCA analisados em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo mostram que três capitais tiveram aumento de dois dígitos na inflação de alimentação em domicílio no ano passado: Campo Grande (MS), com 11,3%, Goiânia (GO), com 10,65%, e São Paulo (SP), que teve aumento de 10,07%, foram as que tiveram os piores números no quesito. Belém (PA) também teve destaque negativo em dezembro do ano passado, pois liderou a inflação do quesito com 21,7%, seguido por Fortaleza (CE), com 18,7%, e Recife (PE), com 17,2%.

Veja o aumento no preço dos alimentos em 16 capitais pesquisadas pelo IBGE no acumulado de 12 meses:

Campo Grande (MS): 11,3%
Goiânia (GO): 10,65%
São Paulo (SP): 10,07%
São Luís (MA): 9,56%
Rio Branco (AC): 9%
Belém (PA): 8,87%
Rio de Janeiro (RJ): 8,7%
Belo Horizonte (MG): 8,51%
Brasil: 8,23%
Fortaleza (CE): 8,1%
Brasília (DF): 7,86%
Vitória (ES): 7,62%
Curitiba (PR): 7,45%
Recife (PE): 5,95%
Salvador (BA): 5,84%
Aracaju (SE): 5,07%
Porto Alegre (RS): 2,89%

Porto Alegre tem menor inflação de alimentos

Já Porto Alegre registrou a inflação de alimentos mais baixa, 2,89%, em função da oferta mais robusta de alimentos na região, principalmente pela ajuda recebida após as chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul em maio do ano passado.

A alta no preço dos alimentos também respingou na popularidade do presidente Lula. De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada na segunda-feira, 27, a desaprovação do presidente chegou a 49% e superou a aprovação pela primeira vez desde o início do governo.

A perda de popularidade do governo no Nordeste chamou a atenção, já que se trata de uma região historicamente mais alinhada ao petista. Segundo a pesquisa Quaest, desde outubro o número dos que desaprovam a gestão Lula na região saltou de 26% para 37%.

Pelos dados do IBGE, em São Luiz (MA), os alimentos em domicílio tiveram alta de 9,56%, em Fortaleza (CE), o aumento foi de 8,1%. Em Recife (PE), com 5,95%, em Salvador (BA), 5,84%, e Aracaju (SE), 5,07%, os aumentos foram menos intensos.

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