Economia

Inflação dá sinal claro para a decisão sobre a Selic, diz BC

O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic, elevou a taxa por sete vezes consecutivas


	Banco Central: o principal instrumento usado pelo BC para controlar alta dos preços é a taxa básica de juros, a Selic
 (.)

Banco Central: o principal instrumento usado pelo BC para controlar alta dos preços é a taxa básica de juros, a Selic (.)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 10h09.

O aumento nas projeções de inflação é um “claro e importante sinal” que demanda monitoramento para a definição dos próximos passos na estratégia de definição da taxa básica de juros, a Selic.

A afirmação consta do Relatório de Inflação, divulgado hoje (23) pelo Banco Central (BC).

“As expectativas referentes a 2016 têm-se elevado desde agosto, invertendo a trajetória declinante até então. Esse movimento ascendente nas expectativas – que ocorreu em conjunto com o aumento das incertezas relacionadas aos resultados fiscais – também é observado, apesar de que em menor medida, nas projeções de mercado para 2017 e 2018”, diz o BC, no relatório.

O principal instrumento usado pelo BC para controlar alta dos preços é a taxa básica de juros, a Selic.

O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic, elevou a taxa por sete vezes consecutivas.

Nas reuniões do comitê em setembro, outubro e novembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia.

Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. 

O BC espera que a inflação, medida pelo IPCA, este ano vai chegar a dois dígitos e passar longe do teto da meta de 6,5%. A projeção do Banco Central (BC) é que a inflação feche este ano em 10,8%.

Para 2016, a estimativa para o IPCA subiu de 5,3% para 6,2%. Em 2017, a inflação deve ficar em 4,8%.

Segundo o BC, a inflação está alta devido ao realinhamento entre preços administrados e livres e entre domésticos e internacionais. Também há influência das “incertezas quanto à velocidade do processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição.”

Para o BC, quanto mais rápida for retomada a trajetória favorável para a dívida pública, melhor será para a confiança de famílias e empresas.

Especificamente sobre o combate à inflação, diz o BC, o “desenho de política fiscal consistente e sustentável” permite que as ações de política monetária (definições da Selic) sejam plenamente transmitidas aos preços.

Mercado de trabalho

No relatório, o BC diz ainda que negociações salariais podem fazer com que a inflação persista. Isso pode acontecer se, nas negociações, for atribuído “peso excessivo à inflação passada, em detrimento da inflação futura, especialmente no contexto do ajuste em curso de preços administrados”.

Ou seja, o BC espera que nas negociações se considera a inflação futura, prevista em 6,2% em 2016 e não a deste ano (10,8%).

O BC também diz que outro risco para a inflação é a possibilidade de “concessão de elevados aumentos de salários nominais, incompatíveis, neste e no próximo ano, com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação e sobre a percepção de sustentabilidade do balanço consolidado das contas do setor público”.

Acompanhe tudo sobre:CopomEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoJurosSelic

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto