A alta no preço da alimentação impulsionou o aumento da inflação (Mário Rodrigues)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2011 às 15h44.
São Paulo – O Índice de Custo de Vida da Classe Média (ICVM), medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), subiu 6,23% nos últimos 12 meses terminados em julho. A alta acumulada só este ano atingiu 3,64%. No mês de julho, o ICVM apresentou elevação de 0,28%. O levantamento, divulgado hoje (17), considera como intervalo para caracterizar a classe média renda de cinco a 15 salários mínimos de São Paulo (R$ 600).
De acordo com a pesquisa, o principal responsável pela elevação do indicador no intervalo de 12 meses foi a alimentação, com alta de 9,15%. Em julho, a variação foi 0,25% ante junho.
Os transportes também tiveram expressiva participação no resultado do ICVM. Em 12 meses, o grupo apresentou elevação de 7,07% devido a alta do preço dos combustíveis. A Fecomercio-SP destacou que a queda da produtividade nesta safra e a opção das usinas pela maior produção de açúcar foram alguns dos fatores responsáveis pela oferta insuficiente de etanol, que registrou alta de preço de 35,65% no período. Já a gasolina ficou 10,12% mais cara nos últimos 12 meses. Em julho, o etanol e gasolina apresentaram variações de 4,89% e -0,48%, respectivamente.
Nos gastos com educação, os cursos adicionais (8,85%) e regulares (6,94%) influenciaram o acumulado de 6,92% nos últimos 12 meses termindos em julho. Os acertos semestrais das faculdades impulsionaram o resultado do indicador no mês, com elevação de 0,2%. Este ano, o grupo educação acumula alta de 6,69%.
Com os reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde (ANS), os beneficiários dos planos de saúde arcaram com despesas 7,42% maiores ao longo dos últimos 12 meses. Já as consultas médicas encareceram 13,77% no intervalo. Esses dois itens impulsionaram a alta de 6,61% nas despesas com saúde, entre agosto de 2010 e julho de 2011. No acumulado do ano, alta de 4,88%; enquanto em julho a inflação do setor somou 0,6%.
Em 12 meses, serviços de cabeleireiro, alfaiate, costureira e sapateiro ficaram 10,9% mais caros e tiveram forte participação na alta de 6,54% nas despesas pessoais da classe média. Em julho, a elevação foi 0,43% e, no acumulado dos primeiros sete meses do ano, alta de 4,68%.
Dentre os grupos avaliados pela Fecomercio-SP nos últimos 12 meses, o de habitação foi o que apresentou a menor alta: 4,18%. O resultado refletiu a inflação dos serviços domésticos e conservação (7,5%), do aluguel (6,45%) e de artigos de limpeza (5,62%). Na comparação entre os meses de junho e julho, a variação foi 0,39%. Este ano, o segmento acumula expansão de 2,75%.