Economia

Inflação começa a ser uma questão em vários locais, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a alta dos preços de commodities nos mercados internacionais

"Temos uma inflação mais alta no Brasil", admitiu Campos Neto (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)

"Temos uma inflação mais alta no Brasil", admitiu Campos Neto (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 13h53.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 9, que a inflação - sobretudo em alimentos - passou a ser uma preocupação em diversos países. Ele destacou a alta dos preços de commodities nos mercados internacionais. "Temos uma inflação mais alta no Brasil", admitiu.

Mais uma vez, Campos Neto apontou que os países que gastaram mais durante a pandemia conseguiram reverter com mais sucesso as expectativas de queda no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

"Esse países tiveram mais sucesso em manter a atividade", completou, repetindo que o Brasil foi o emergente que tomou o maior volume de medidas durante a crise", afirmou, em evento virtual promovido pelo Observatory Group.

O presidente do BC ressaltou que os incentivos fiscais adotados pelo governo em 2020 já foram revertidos em sua maioria e lembrou que o espaço fiscal brasileiro para novas medidas é muito reduzido. Para Campos Neto, as condições financeiras na maioria dos países já seriam as mais estimulativas possíveis.

Choque temporário

Campos Neto repetiu que a autoridade monetária acredita que o choque atual de inflação é temporário e reforçou que o controle da inflação segue sendo o principal mandato da autoridade monetária. "A meta do BC é clara. O BC olha para a inflação", afirmou. "Nós olhamos a inflação, é nosso alvo número um", completou.

O presidente do BC reforçou que a autoridade monetária avalia as implicações da inflação, citando a alta dos preços das commodities e os efeitos das transferências emergenciais de renda sobre a demanda por alimentos.

Ele apontou que a alta de alimentos ocorre em muitos países, ainda que no Brasil essa elevação seja mais pronunciada. "Nós reconhecemos que esses efeitos foram maiores e duraram mais que o esperado no Brasil, mas mantemos a avaliação de que os choques são temporários. E nós fazemos a política monetária olhando mais para o longo prazo", acrescentou.

Questionado mais uma vez sobre uma nova rodada de auxílios em negociação entre o governo e o Congresso, Campos Neto repetiu que há pouco espaço para medidas. "Se fizemos um novo pacote fiscal, sem contrapartida, haverá impacto na dívida pública, que já está muito alta", alertou. Ainda assim, para o presidente do BC, o Brasil ainda não está na direção da chamada "dominância fiscal".

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