Economia

Inflação atingirá pico no 1º trimestre de 2015, diz Tombini

O presidente do Banco Central repetiu que o BC trabalha para fazer com que a inflação retorne à trajetória de convergência ao centro da meta até o final de 2016


	Tombini: o BC deu início ao atual ciclo de aperto monetário em outubro passado
 (Joedson Alves/Reuters)

Tombini: o BC deu início ao atual ciclo de aperto monetário em outubro passado (Joedson Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 14h20.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que a inflação no país atingirá seu pico no primeiro trimestre de 2015 e, no trimestre seguinte, o cenário mais provável é de que ela inicie processo de declínio.

Tombini, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, repetiu ainda que a inflação acumulada em 12 meses tende a permanecer elevada no próximo ano e que o BC trabalha para fazer com que ela retorne à trajetória de convergência ao centro da meta até o final de 2016.

A meta de inflação é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. O indicador tem permanecido acima do teto em 12 meses, como em novembro, quando atingiu 6,56 por cento.

"Estou convencido de que, após um curto interregno possivelmente em elevação, a inflação em doze meses iniciará um longo período de declínio --que no cenário mais provável se inicia no segundo trimestre de 2015-- vai culminar com o atingimento da meta", afirmou ele.

Tombini voltou a dizer que a autoridade monetária trabalha, "neste momento", para fazer com que a inflação retorne "o mais rápido possível à trajetória de convergência para a meta", referindo-se até o final de 2016.

O BC deu início ao atual ciclo de aperto monetário em outubro passado, e já elevou a Selic ao atual patamar de 11,75 por cento ao ano, indicando que deve continuar puxando a taxa básica de juros no curto prazo para domar a inflação.

O presidente do BC disse ainda que a inflação continua elevada por causa do câmbio e dos preços administrados. O dólar, entre setembro e novembro, acumulou alta de quase 15 por cento sobre o real e, nesta sessão, aproximou-se de 2,76 reais, maior nível intradia em quase dez anos.

"Estamos de novo olhando para efeitos secundários da depreciação do real e buscando contê-los", afirmou Tombini.

Ele também voltou a dizer que uma política fiscal "contida" ajuda no trabalho do BC de controle da inflação, argumentando que a meta de superávit primário de 2015 --equivalente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)-- é desafiadora, mas factível.

Programa de swap

Tombini afirmou que o BC definirá "nos próximos dias" os parâmetros do programa de swap cambial que passará a vigorar a partir de 1º de janeiro, mas adiantou que eles podem ser ajustados "para o mínimo de 50 milhões de dólares e o máximo de 200 milhões de dólares por dia".

Tombini também repetiu que o atual estoque de swaps, equivalente a posição vendida de pouco mais de 100 bilhões de dólares, já atende "de forma significativa" a demanda por proteção e que o programa de intervenções tem atingido seus objetivos.

O presidente do BC avaliou que "estamos atravessando um período de alta volatilidade" em referência aos efeitos da queda do valor do petróleo e o impacto em algumas economias.

Neste cenário, Tombini considerou que se o preço atual do petróleo se mantiver, o Brasil terá, como um importador líquido desse produto, uma economia entre 5 bilhões e 10 bilhões de dólares em 2015.

De janeiro a novembro deste ano, a conta petróleo na balança comercial brasileira estava deficitária em 15 bilhões de dólares.

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