Economia

Indústria venezuelana caiu 95% desde início do chavismo

No PIB da Venezuela, crise levou a queda de 22,5% no terceiro trimestre de 2018

VENEZUELA: a eletricidade e a água corrente estão disponíveis apenas durante algumas horas do dia (Meridith Kohut//The New York Times)

VENEZUELA: a eletricidade e a água corrente estão disponíveis apenas durante algumas horas do dia (Meridith Kohut//The New York Times)

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EFE

Publicado em 3 de junho de 2019 às 21h06.

Última atualização em 4 de junho de 2019 às 10h26.

Caracas — O setor manufatureiro da Venezuela caiu 95% desde 1999, quando Hugo Chávez assumiu a presidência do país, até agora, com seu pupilo Nicolás Maduro à frente do governo, informou o principal dirigente da Confederação Venezuelana de Industriais (Conindustria), Juan Pablo Olalquiaga, à Agência Efe.

Olalquiaga afirmou que "o que está funcionando em termos de capacidade de manufatura na Venezuela neste momento está perto de 5%" se for comparado "com o que havia ao final do segundo governo de Rafael Caldera", antecessor de Chávez.

Na semana passada, depois de mais de três anos de silêncio oficial, o Banco Central da Venezuela (BCV) revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 22,5% no terceiro trimestre de 2018, completando 19 trimestres de retrocesso da economia venezuelana, embora alguns setores tenham sido ainda mais afetados.

Este é o caso do setor industrial, que no período julho-setembro de 2018 chegou a 21 trimestres seguidos em queda.

Segundo Olalquiaga, a situação está longe de mudar. Na Venezuela, de acordo com ele, chegaram a existir 12,7 mil indústrias, e em dezembro do ano passado apenas 2,5 mil resistiam.

A perda de poder aquisitivo dos consumidores, a precariedade da infraestrutura (eletricidade e água), a escassez de combustíveis e os efeitos da migração são os principais elementos que afetam os industriais.

"As companhias que não vendem, não podem pagar funcionários e começam a encolher expressivamente", alertou.

O setor industrial não escapa dos problemas de infraestrutura que abalam o país. Os "apagões", que se agravaram desde março, a falta de água e as dificuldades para acessar a internet são alguns dos citados por Olalquiaga.

Além disso, a recorrente escassez de papel-moeda limita as possibilidades de que as pessoas paguem passagens para ir ao trabalho, o que aumenta o número de faltas.

Os controles de preços também complicaram a situação para algumas empresas, que optaram por deixar de elaborar certos produtos - como é o caso de lubrificantes e autopeças - ou simplesmente fechar as portas.

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