Fábrica da GE: a massa salarial e o rendimento médio também apresentaram queda de 2,6% e 2,7%, respectivamente (EXAME)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2012 às 17h41.
Brasília – O crescimento da atividade industrial, em agosto, indica “recuperação” do setor, avaliou hoje (4) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a entidade, o aumento de indicadores industriais, como faturamento e horas trabalhadas, no mês analisado, dá um novo fôlego ao setor.
De acordo com o levantamento Indicadores Industriais, o faturamento do setor industrial teve aumento de 4,8% em agosto em relação a julho. “Foi a maior alta desde fevereiro de 2011”, diz o documento. Quando comparado com o mesmo mês do ano passado, o crescimento registrado foi 7%.
Segundo os dados da CNI, o faturamento avançou, em agosto, para 15 dos 19 setores industriais pesquisados. Os setores que mais apresentaram crescimento foram: edição e impressão (+24,3%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+22,3%); e material eletrônico e de comunicações (+21%).
Os índices que registram as horas trabalhadas na produção tiveram avanço de 0,7% em agosto na comparação com julho. Mesmo com o aumento, o indicador ainda não alcançou os dados pré-crise (setembro de 2008) e está 3,9% abaixo do registrado na época. As horas trabalhadas na produção avançaram em 11 setores.
Para o economista chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, os efeitos positivos no setor industrial podem ser atribuídos às medidas de estímulo anunciadas pelo governo nos últimos meses. “O cenário internacional continua sem grandes modificações, mas temos o reflexo de reação às medidas de estímulo implementadas nos últimos meses, em especial, bens duráveis, como setor automotivo”, disse.
Apesar de comemorar os resultados favoráveis, o especialista é cauteloso em relação à manutenção dos números positivos. “Continuamos com o desafio de manter competitividade e nível de produção elevado. É uma preocupação permanente”, observou.
O índice que mede o emprego apresentou queda de 0,3% em agosto ante julho. Para o economista da CNI, Marcelo de Ávila, a queda pode ser considerada “estável”. “Não acredito em tendência de queda, os quatro últimos meses têm mostrado estabilidade. Aumentos e quedas que variam muito perto da estabilidade”, avaliou.
A massa salarial e o rendimento médio também apresentaram queda de 2,6% e 2,7%, respectivamente. A pesquisa destaca que “o mercado de trabalho ainda não seguiu o crescimento da atividade industrial”. O levantamento aponta também que o nível de uso do parque fabril (utilização da capacidade instalada) se manteve estável, em 80,9%, no mesmo período de comparação.