Indústria: a CNI recuou da previsão de que a indústria cresceria 1,6% em 2012 e acredita que o setor ficará estagnado (J.D. Pooley/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2012 às 12h44.
A indústria precisa reduzir seus estoques para voltar a crescer, afirmou hoje (27) o gerente de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca. De acordo com ele, a expectativa do setor é que a alta no consumo, em função das compras de fim de ano, contribua para esse ajuste da produção estocada.
Nesta quinta-feira, a CNI recuou da previsão de que a indústria cresceria 1,6% em 2012. Acredita que o setor ficará estagnado. No caso específico da indústria da transformação, a entidade calcula que haverá queda de 1,9% na produção. Os dados estão no Informe Conjuntural do terceiro trimestre.
“Há sinais de recuperação. A Sondagem Industrial de agosto nos mostra um crescimento da produção, mas não será suficiente para compensar as perdas registradas até agora. Estamos com estoques elevados e o crescimento fica na dependência do ajuste desses estoques”, afirmou Fonseca.
Ele destacou que as medidas de redução de custos para a indústria, anunciadas pelo governo, tais como queda no custo da energia elétrica e desoneração da folha de pagamento, são essenciais para a retomada do crescimento.
“As medidas de estímulo ao consumo conseguiram reverter a crise em 2008 e 2009, mas não promovem um crescimento sustentado. Por isso a importância da redução do custo e do aumento de competitividade da indústria. É importante que o governo continue atuando nessa área”, comentou. Fonseca frisou que o efeito concreto dessas ações governamentais só será sentido a partir de 2013.
O Informe Conjuntural, estudo trimestral no qual a CNI revisa as principais projeções econômicas, reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas de um país, de 2,1% para 1,5%. Também recalculou o fechamento de outros indicadores em 2012, como o superávit da balança comercial (de US$ 20,2 bilhões para US$ 18,3 bilhões) e a inflação oficial (de 5% para 5,5%).