Economia

Indústria pornô é alvo de polêmica sobre desemprego nos EUA

Números fracos do emprego em agosto podem estar relacionados com a paralisação temporária da produção de filmes adultos, segundo blog do Washington Post

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 9 de setembro de 2013 às 16h09.

São Paulo - Divulgados na última sexta-feira, os dados de agosto do mercado de trabalho americano desapontaram. Apesar da queda da taxa de desemprego de 7,4% para 7,3%, o número de novos empregos não-agrícolas ficou em 169 mil, abaixo dos 180 mil esperados pelo mercado.

A indústria do cinema teve a maior queda do mês: 22 mil postos de trabalho a menos, quase 6% do total do setor, um tombo sem precedentes desde que a medição começou em 1990.

O Wonkblog, blog de economia do Washington Post, sugeriu um motivo curioso para explicar o resultado: a paralisação temporária da produção de filmes pornográficos. 

Em meados de agosto, a atriz pornô Cameron Bay testou positivo para o vírus HIV, o que levou a uma moratória nas filmagens de todo o setor. Depois que todos os atores que trabalharam com ela se submeteram ao teste e tiveram resultado negativo, as produções foram retomadas.

A paralisação durou pouco mais de uma semana, mas aconteceu dentro da janela do período usado pela Agência de Estatísticas de Trabalhos dos EUA na coleta de dados de trabalhadores. 

Controvérsia

A tese foi citada (e questionada) por grande parte da mídia. O New York Times notou que os números de emprego da indústria do entretenimento são historicamente voláteis, e que o governo considerou como empregados todos que trabalharam por qualquer período de tempo entre os dias 12 ao 24. É improvável que a paralisação, que começou no dia 21, tenha tido um efeito tão grande e de forma tão imediata. 

O Business Insider também refutou a hipótese, mas fez uma ressalva. Empregados ou não, os atores pornôs não aparecem nas estatísticas porque são pagos de forma independente por filme realizado. Esse não é o caso, porém, de quem fica atrás das câmeras, como maquiadores, iluminadores e diretores: estes são contados como trabalhadores assalariados, como os de qualquer outro setor da economia.

Isso significa que, pelo menos em tese, uma paralisação mais longa da indústria pornográfica poderia levar a demissões em massa. Esta possibilidade pode vir a ser testada em breve: no final de semana, foi revelado que mais um ator pornô foi diagnosticado com o HIV - e a associação que reúne os produtores de filmes adultos nos Estados Unidos já pediu uma nova moratória.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEntretenimentoPornografiaServiços

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron