Economia

Indústria não deixou de acreditar na recuperação, diz FGV

A expectativa é que a produção industrial recue em março em comparação a fevereiro, mas sem afetar a trajetória de melhora do setor

Indústria: o Índice de Confiança da Indústria apurado na prévia da sondagem de abril teve ligeiro avanço de 0,1 ponto em relação ao resultado fechado de março (Thinkstock/Thinkstock)

Indústria: o Índice de Confiança da Indústria apurado na prévia da sondagem de abril teve ligeiro avanço de 0,1 ponto em relação ao resultado fechado de março (Thinkstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2017 às 20h24.

Rio - O empresário industrial ficou um pouco menos satisfeito com a situação atual em abril, mas não deixou de esperar por dias melhores num horizonte próximo, segundo os resultados preliminares da Sondagem da Indústria, divulgada nesta segunda-feira, 24,pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A expectativa é que a produção industrial recue em março, na comparação com fevereiro, mas sem afetar a trajetória de melhora do setor, contou a coordenadora da sondagem, Tabi Thuler.

"A indústria não deixou de acreditar na tendência de recuperação pela qual está passando. A questão é que o momento do ciclo econômico atual combina fatores que melhoraram e outros fatores que continuam ruins", justificou Tabi, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de abril teve ligeiro avanço de 0,1 ponto em relação ao resultado fechado de março.

Se confirmado, o indicador alcançou 90,8 pontos. No resultado preliminar de abril, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,3 ponto, para 88,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) cresceu 0,5 ponto, para 93,6 pontos.

Segundo Tabi, a indústria mostra certa frustração com a recuperação da demanda esperada pelo saque de contas inativas do FGTS, uma vez que os recursos estão migrando para a quitação de dívidas em vez de consumo.

O compasso de espera pela aprovação de reformas no Congresso, como a da Previdência, também pesa negativamente.

Por outro lado, a manutenção do ajuste nos estoques e o corte na taxa básica de juros como consequência de uma política monetária eficaz são ingredientes favoráveis.

A má notícia é o alto nível de ociosidade no parque industrial. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria ficou estável na prévia de abril ante o fechamento de março, aos 74,4%.

"O Nuci está acomodado num nível extremamente baixo, o que é uma notícia ruim", avaliou a coordenadora do Ibre/FGV.

O Ibre/FGV espera uma queda entre 1,5% e 2% na produção industrial de março ante fevereiro, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física.

A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria incluiu a consulta a 783 empresas.

O resultado final da pesquisa será divulgado no próximo dia 28.

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