Trabalhador da indústria: entre abril e junho, PIB das fábricas subiu 2%, na margem, o que ajudou de forma expressiva para que a economia do Brasil avançasse 1,5% (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2013 às 17h56.
São Paulo - A estabilidade da produção industrial em agosto ante julho reforça a avaliação de que o setor manufatureiro desacelerou de forma expressiva no terceiro trimestre, o que ajudou a diminuir bem o ritmo do Produto Interno Bruto (PIB) entre julho e setembro, comentou ao Broadcast, o serviço de informações em tempo real da Agência Estado, a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro.
Ela estima que o PIB do setor manufatureiro deve apresentar leve alta de 0,2% no terceiro trimestre ante os três meses anteriores, o que vai influenciar na queda do crescimento do país de 0,2% no mesmo período. Entre abril e junho, o PIB das fábricas subiu 2%, na margem, o que ajudou de forma expressiva para que a economia do Brasil avançasse 1,5%.
A formação de estoques e o fraco desempenho dos índices de confiança das empresas são alguns fatores que determinaram o resultado da indústria em agosto, apontou Alessandra. Ela esperava uma alta de 0,2%, na margem, e uma queda de 0,7% ante o mesmo mês de 2012, recuo que, segundo o IBGE, foi ainda maior e atingiu 1,2%.
Contudo, Alessandra aponta que os resultados da produção industrial em agosto não foram desastrosos. Em primeiro lugar, o índice de difusão subiu de 44,4% em julho para 55,6% no mês seguinte. Além disso, a fabricação de bens de capital apresentou um resultado razoável, pois aumentou 2,6% na margem, enquanto bens intermediários aumentaram 0,6% e duráveis avançaram 0,2%.
Apesar da desaceleração do PIB industrial e expectativa de leve queda do crescimento do país no terceiro trimestre, Alessandra Ribeiro aguarda uma alta do Produto Interno Bruto do país de 2,4% neste ano. O resultado é melhor do que o incremento do PIB de 0,9% apurado em 2012, mas ainda inferior à elevação de 2,7% em 2011.
Mesmo com um nível de atividade em moderada recuperação, cujo maior ímpeto foi registrado no primeiro semestre, ela aguarda que a inflação deve fechar o ano com um aumento de 6%, pouco acima dos 5,84% registrados em 2012.
Neste contexto, ela espera que o Banco Central deverá elevar os juros até 9,75% o encerramento de 2013, pois deve adotar uma elevação da Selic de 0,50 ponto porcentual na próxima semana e um aumento final de 0,25 ponto porcentual no dia 27 de novembro.