Economia

Indústria está otimista com aumento da demanda interna

A demanda do mercado brasileiro, estimulada pelo crescimento do crédito e da massa salarial, motivou a revisão, pelo segundo mês consecutivo, das projeções de crescimento da produção industrial

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

A retomada da demanda interna acima do previsto no início do ano levou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a aumentar de 5% para 6% sua projeção de crescimento da produção industrial de 2004. Esta é a segunda vez, neste ano, que a CNI revisa suas projeções. Em janeiro, estimava-se que a produção industrial cresceria 4,5% neste ano. Em julho, com os primeiros sinais de aquecimento da economia, a taxa esperada passou para 5%.

Se a previsão for alcançada, o desempenho da indústria ficará bem acima da retração de 1% com que encerrou 2003, ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2004, a CNI estima que o PIB crescerá 4%.

Segundo o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, a retomada da produção está se estendendo cada vez mais além dos setores ligados às exportações e ao agronegócio. Isto assinala, para Monteiro Neto, a retomada do mercado interno. "Os bens de consumo duráveis, o consumo de cimento e a construção civil estão reagindo bem", afirmou.

Monteiro Neto cita três razões para que a produção industrial esteja crescendo. A primeira são as exportações, que continuam impulsionando também setores ligados ao mercado interno. Outro fator foi o aumento do crédito. No primeiro semestre, a carteira de crédito do país alcançou 442,4 bilhões de reais, 7,9% mais que em igual período do ano passado.

O aumento da massa salarial e do nível de emprego também está favorecendo o mercado interno, segundo Monteiro Neto. Em junho, a taxa de desemprego baixou para 11,7%, 1,3 ponto percentual menor que a de maio, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Tudo isso leva Monteiro Neto a afirmar que a indústria já apresenta sinais consistentes de expansão. "O crescimento é sustentável, salvo se houver choques externos. Mas não há sinais de que um choque desses venha a ocorrer", afirmou. Para o presidente da CNI, embora as indústrias já tenham se habituado à idéia de que os juros básicos da economia só voltarão a cair no final do ano, a redução é necessária, para que o crescimento da produção se repita em 2005. "O corte dos juros é necessário para consolidar a indústria", disse.

O cenário também contribuiu para recuperar a confiança dos empresários. Em junho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial, apurado pela confederação, cresceu 7,8% em relação à pesquisa anterior, feita em abril. Segundo Monteiro Neto, isto é um requisito para que o setor continue investindo em novos projetos. "Os investimentos já estão ocorrendo em todos os segmentos industriais, estimulados pelas perspectivas de exportação e do mercado interno", disse.

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