Economia

Indústria e varejo enfrentam impasse para adequar preços

Dez dias depois de o governo ter isentado a cobrança de impostos de oito grupos de produtos da cesta básica, o impasse entre varejo e indústria persiste


	Grandes redes varejistas informam que estão recebendo listas de preços com reduções muito menores do que o corte anunciado pelo governo
 (Marcelo Camargo/ABr)

Grandes redes varejistas informam que estão recebendo listas de preços com reduções muito menores do que o corte anunciado pelo governo (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2013 às 10h26.

São Paulo - Dez dias depois de o governo ter isentado a cobrança de impostos de oito grupos de produtos da cesta básica, o impasse entre varejo e indústria persiste.

Grandes redes varejistas informam que estão recebendo listas de preços com reduções muito menores do que o corte anunciado pelo governo, de 9,25% para a maioria dos produtos e de 12,5% para pasta de dente e sabonete.

A informação é relevante especialmente porque as reduções distantes do pretendido pelo governo ocorrem com produtos industrializados, cujos preços têm um comportamento menos volátil do que os alimentos, que dependem de safra e entressafra.

Um exemplo dessa discrepância ocorre com o sabonete. De acordo com fontes de mercado, a Colgate teria apresentado uma nova lista de preço com corte de 8,25%, enquanto a redução proposta pela Unilever teria sido de 10,2% e pela J&J, de 8,2% para sabonete destinado adultos e de 4,85% para crianças. Segundo o governo, a desoneração do sabonete resultaria num corte de 12,5%.

A J&J informa, por meio de nota, que "já repassou a totalidade da redução que afeta diretamente seus custos em todas as fases da cadeia produtiva". "Entretanto, por impactar não só a cadeia produtiva mas também a malha de distribuição e varejo, a sua aplicação ainda depende de ajustes e acordos comerciais", acrescenta. Procuradas, Colgate e Unilever não se manifestaram.

Além de reduções díspares entre marcas de um mesmo produto, há indústrias que elevaram os preços. O varejo informa que recebeu listas com alta de 4% a 10% no papel higiênico e de 6% na farinha de trigo. Segundo varejistas, o quadro é complicado porque já estavam sendo negociados reajustes quando a medida foi anunciada.

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