Indústria: setor industrial dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais rápido em mais de dois anos no mês passado (Angel Navarrete/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 14h21.
Nova York - Dados mais fortes que o esperado sobre a indústria dos Estados Unidos e os gastos com construção do país divulgados nesta terça-feira indicam que a maior economia do mundo está ganhando força, potencialmente sustentando as visões de que o banco central norte-americano irá em breve desacelerar seu programa maciço de compra de títulos.
O setor industrial dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais rápido em mais de dois anos no mês passado, com o índice de atividade industrial nacional do Intituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) subindo para 55,7 em agosto, ante 55,4 no mês anterior.
O resultado superou confortavelmente as expectativas de 54, com o índice no nível mais alto desde junho de 2011.
Leitura acima de 50 indica expansão no setor.
"Esse foi claramente um relatório positivo, indicando maior aceleração do ímpeto da indústria em agosto", disse o diretor de pesquisa e estratégia do TD Securities, Millan Mulraine.
As novas encomendas também tiveram o melhor nível em mais de dois anos, com esse subíndice saltando de 58,3 para 63,2. O emprego, entretanto, caiu para 53,3 ante 54,4.
A leitura de novas encomendas subtraindo os estoques, uma maneira de estimar a chamada demanda final, marcou a máxima em mais de três anos. Essa medida de demanda já cresceu por três meses seguidos até o momento, potencialmente aumentando as evidências para apoiar a redução das compras de títulos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.
Os gastos com construção nos Estados Unidos aumentaram em julho, também, subindo 0,6 por cento para taxa anual de 901 bilhões de dólares, informou o Departamento do Comércio. A taxa de crescimento ficou acima da mediana das projeções em pesquisa da Reuters com analistas.
Além disso, a demanda acelerou no setor industrial dos Estados Unidos, mostrou um relatório separado.
O Markit informou que, embora seu Índice dos Gerentes de Compra (PMI) da indústria tenha desacelerado para 53,1 ante leitura de julho de 53,7, a aceleração nas novas encomendas e a queda nos estoques apontaram para crescimento mais rápido adiante.
"Os estoques de bens acabados mostraram a maior queda desde 2009 uma vez que algumas empresas reportaram que a demanda muitas vezes superou a produção", disse o economista-chefe do Markit, Chris Williamson. "As fábricas precisarão aumentar a produção para substituir os estoques reduzidos diante deste crescimento de encomendas".
O crescimento global mais veloz pode ajudar a persuadir as autoridades do Fed a desacelerarem o programa maciço de compras de título em breve.
O banco compra atualmente 85 bilhões de dólares ao mês em Treasuries e títulos hipotecários, mas as autoridades têm sugerido a saída da estratégia à medida que a economia norte-americana cresce forte o suficiente para se sustentar por si só.