Economia

Indústria e agronegócio debaterão com governo tarifaço de Trump, diz Alckmin

O vice-presidente da República também negou que tenha solicitado aos Estados Unidos uma redução das tarifas de 50% para 30% ou 20%

Alckmin: vice-presidente também afirmou que buscará diálogo com entidades e empresas dos Estados Unidos que serão afetadas pela decisão do presidente Trump (Leandro Fonseca)

Alckmin: vice-presidente também afirmou que buscará diálogo com entidades e empresas dos Estados Unidos que serão afetadas pela decisão do presidente Trump (Leandro Fonseca)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 14 de julho de 2025 às 17h46.

Última atualização em 14 de julho de 2025 às 17h59.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 14, que se reunirá nesta terça-feira, 15, com empresários da indústria e do agronegócio para debater o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As reuniões serão conduzidas por meio do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que será criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio do decreto que regulamenta a lei da reciprocidade, que deve ser publicado até esta terça.

Segundo Alckmin, a primeira reunião ocorrerá às 10h e terá representantes dos setores de aviação, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados, móveis e autopeças. Além da pasta comandada por Alckmin, farão parte do comitê representantes da Casa Civil, do Ministério da Fazenda, do Ministério de Relações Exteriores.

Na parte da tarde, às 14h, Alckmin terá reuniões com empresários dos setores de suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescados. Representantes do Ministério da Agricultura, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Pesca também participarão desta reunião.

Além das empresas brasileiras, Alckmin afirmou que buscará diálogo com entidades e companhias norte-americanas.

"Vamos também marcar com entidades e empresas norte-americanas. Há uma integração de cadeia. As empresas norte-americanas também vão ser atingidas [pelas tarifas anunciadas]", disse.

Alckmin nega que governo pediu redução alíquotas

O vice-presidente também negou que o governo tenha solicitado aos Estados Unidos uma redução de 50% para 30% ou 20% das tarifas.

Segundo ele, as negociações com os norte-americanos começaram em 6 de março, por meio de videoconferência, com o Secretário de Comércio do governo norte-americano, Howard Lutnick, e o representante de Comércio, embaixador Jamieson Greer, para estabelecer um canal de diálogo para abordar a pauta do comércio bilateral e as políticas tarifárias.

Alckmin ainda declarou que uma proposta de negociação foi feita pelo governo brasileiro em 16 de maio, que não foi respondida.

"O govenro não pediu nenhuma prorrogação de prazo e não fez nenhuma proposta de alíquota ou percentual. Estamos ouvindo os setores mais envolvidos para participar e se mobilizar. Há todo empenho em rever essa questão. O Brasil não tem superavit com os Estados Unidos. Dos 10 produtos que mais exportam [para o Brasil], 8 a tarifa é zero. Vamos trabalhar junto com a iniciativa privada", disse.

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