Economia

Indústria dos EUA fecha ano em alta apesar de medo de abismo

O índice de atividade industrial nacional subiu para 50,7 ante 49,5 em novembro, ultrapassando ligeiramente o consenso das previsões colhidas em pesquisa da Reuters


	Fábrica automotiva em Toledo, nos EUA: o umento das encomendas alimentou o crescimento mais rápido, com uma em cada cinco empresas registrando alta
 (J.D. Pooley/Getty Images/AFP)

Fábrica automotiva em Toledo, nos EUA: o umento das encomendas alimentou o crescimento mais rápido, com uma em cada cinco empresas registrando alta (J.D. Pooley/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2013 às 14h58.

Nova York - A atividade industrial dos Estados Unidos encerrou 2012 em alta, apesar dos temores de um "abismo fiscal", segundo dados divulgados nesta quarta-feira.

As indústrias norte-americanas voltaram a crescer em dezembro depois de uma contração no mês anterior, informou o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês).

O índice de atividade industrial nacional subiu para 50,7 ante 49,5 em novembro, ultrapassando ligeiramente o consenso das previsões colhidas em pesquisa da Reuters. Em novembro, o índice do ISM havia caído para o menor nível em 40 meses.

"O que é interessante neste relatório é que pensávamos que as notícias negativas em torno do abismo fiscal tinham pressionado a indústria", afirmou o economista-chefe do RBC Capital Markets em Nova York, Tom Porcelli.

O índice de emprego do ISM avançou para 52,7 ante 48,4 em novembro, enquanto o componente de novas encomendas manteve-se em 50,3.

Uma outra medida da indústria também mostrou crescimento.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da empresa de dados financeiros Markit avançou para 54,0 ante 52,8 em novembro. Esse foi o maior resultado final desde maio, apesar de ter vindo abaixo da estimativa preliminar de 54,2.


"Com recentes indicações de que o crescimento também está acelerando em países importantes, sobretudo nos mercados emergentes, como China e Brasil, e de que crise na zona do euro está se acomodando, as empresas dos EUA devem se beneficiar uma vez que a demanda mais forte impulsiona as exportações no começo de 2013", afirmou o economista-chefe do Markit, Chris Williamson.

O aumento das encomendas alimentou o crescimento mais rápido, com uma em cada cinco empresas registrando alta. O componente de novas encomendas do índice Markit subiu para 54,7 ante 53,6 em novembro, o maior desde abril.

O crescimento na indústria norte-americana veio em meio a temores no fim do ano com o "abismo fiscal" de aumentos de impostos e cortes de gastos, que teriam começado a valer no início de 2013, arriscando colocar a economia norte-americana numa nova recessão.

Parlamentares chegaram a um acordo no final da terça-feira, evitando aumentos de impostos para a maioria dos norte-americanos e atrasando cortes de gastos por dois meses.

"Agora que o Congresso chegou a um acordo ... nós esperamos que as novas encomendas e a atividade geral do setor irão acelerar. No entanto, nós também esperamos que o crescimento no primeiro trimestre seja lento devido à contínua incerteza sobre os cortes de gastos e o teto da dívida", disse o vice-presidente e o economista do mercado de dinheiro da corretora Jeffries em Nova York, Thomas Simons, em nota.

Apesar do acordo de terça-feira, o Congresso ainda precisa debater como lidar com os cortes de gastos automáticos e resolver diferenças sobre o teto da dívida federal, o que pode resultar numa nova rodada de disputa política.

O acordo veio em linha com o que a maioria das empresas financeiras de Wall Street e do mundo esperava, sugerindo que as previsões para o crescimento econômico dos EUA de aproximadamente 1,9 por cento para 2013 provavelmente ficarão estáveis.

Acompanhe tudo sobre:abismo-fiscalEstados Unidos (EUA)IndústriaIndústrias em geralPaíses ricos

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs