Economia

Indústria de SP opera 17,3% abaixo do pico de produção

O RJ, 2º maior estado em termos de importância para a indústria, mesmo com crescimento na produção em maio, está 15,7% abaixo de seu pico histórico


	Outras regiões sustentam resultados ainda mais impressionantes. O Paraná, por exemplo, está 23,3% abaixo do ponto máximo de sua produção
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Outras regiões sustentam resultados ainda mais impressionantes. O Paraná, por exemplo, está 23,3% abaixo do ponto máximo de sua produção (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 12h16.

Rio de Janeiro - A produção industrial cresceu em nove dos 14 locais investigados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio ante abril, mas está longe de recuperar o terreno perdido nos últimos meses.

Apenas em São Paulo, maior parque fabril do País, a atividade está 17,3% abaixo de seu pico histórico, atingido em março de 2011.

Em maio, a produção paulista avançou 0,5% ante abril, influenciada principalmente pelos segmentos farmacêutico, de perfumaria, sabões e produtos de limpeza e de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (mais especificamente a produção de álcool).

Mesmo assim, o desempenho é insuficiente para anular perdas anteriores, sintetizadas na queda de 5,6% de fevereiro a abril.

"Isso dá uma ideia de que ainda não há retomada na produção industrial. A média móvel trimestral está caindo, um primeiro indício de que não há recuperação em curso", afirmou Rodrigo Lobo, pesquisador da Coordenação de Indústria do IBGE. "Não necessariamente uma taxa positiva significa recuperação da produção", reforçou.

O Rio de Janeiro, segundo maior Estado em termos de importância para a indústria, também está longe de seu melhor momento. Mesmo com crescimento na produção em maio, a região está 15,7% abaixo de seu pico histórico, atingido em fevereiro de 2011.

Outras regiões sustentam resultados ainda mais impressionantes. O Paraná, por exemplo, está 23,3% abaixo do ponto máximo de sua produção, verificado em dezembro de 2011.

No Amazonas, a distância é de 22,7% em relação ao pico (fevereiro de 2014). Já no Ceará, a produção opera 21,3% abaixo de seu momento mais ativo, observado em janeiro de 2010.

"Para que a recuperação aconteça, outros fatores macroeconômicos têm de estar auxiliando. Hoje, temos taxas de juros crescentes, que encarecem o crédito e aumentam o nível de inadimplência das pessoas. Isso deprime a demanda.

Temos ainda inflação crescente, que, aliada ao menor ritmo de expansão da renda nominal das famílias, também gera menor demanda por produtos industriais", observou Lobo.

"Para que esse cenário industrial se reverta de forma mais consistente, os empresários têm de ter expectativa de que demanda pelo produto deles vai voltar a crescer.

Se eles ainda têm estoques elevados, não há razão para elevar a produção. Então, algumas coisas na economia brasileira e também mundial têm de mudar para que haja recuperação na indústria.

É difícil imaginar um cenário de crescimento recorrente com o quadro que temos atualmente", acrescentou.

As exceções a esse quadro ruim são o Pará e o Espírito Santo, onde a extração de minério de ferro tem sustentado a indústria e garantido resultados positivos ao longo de 2015.

Para se ter uma ideia, o Pará está 2,9% abaixo do pico de produção, atingido apenas dois meses antes, em março de 2015. Já o Espírito Santo se situa 3,6% abaixo do ponto máximo de sua atividade industrial, observado em março de 2011.

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